Estudantes africanos e haitianos da Educação Básica do município de São Paulo: gestão escolar perspectivas e trajetórias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Henrique, Maria Sonia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48137/tde-01102024-071521/
Resumo: As nações contemporâneas vivenciam o fenômeno das migrações nas dinâmicas e movimentações de suas populações, entre fronteiras e continentes. O Brasil e a cidade de São Paulo são rotas deste movimento migratório, com destaque para o aumento nas migrações do Sul Global, o enegrecimento dos migrantes e grupos crescentes em idade escolar. As experiências migrantes dos sujeitos e dos diferentes grupos étnicos e nacionais ao chegarem aqui são diversas na perspectiva jurídica, no acolhimento, no acesso a direitos fundamentais, na sociabilidade e nos processos de hierarquizações sociais. A pesquisa versa sobre o atendimento escolar dos grupos vindos de países africanos e do Haiti, abrangendo mais de 40 nacionalidades, com diferentes grupos étnicos, línguas, religiões e culturas. Escolha ampla e diversa, que se justifica na experiência social de muitos destes migrantes ao descobrirem-se negros em solo brasileiro. Dialoga com a Crítica da Razão Negra de Achille Mbembe (2018) e a construção histórica dos conceitos de Negro e África, com o destaque das contribuições das diásporas negras presentes nos conceitos de Transnacionalismo negro (2022) e Agência criativa negra (2022) de Valter Silvério e com as proposições de Pelbart (2022) e Anete Abramowicz e Fabiana Oliveira (2006) sobre a potência da educação como prática das diferenças. Para responder quem são estes estudantes, em quais escolas são atendidos e quais são as perspectivas e trajetórias da gestão escolar que recebe estes estudantes, a metodologia quantitativa usada foi a coleta de dados com fonte nos microdados do site oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), nos dados do Núcleo de Estudos de Populações Elza Berquó e em outras fontes oficiais, priorizando os intervalos de 2010, 2015 e 2020 e sistematizando um banco de dados que abrange dependências administrativas, Etapas de Ensino, raça/cor, sexo, nacionalidade/país de origem e a localização das escolas com mais matrículas de migrantes de países africanos e haitianos na cidade de São Paulo. E, na etapa qualitativa, partiu de entrevistas semiestruturadas com diretores destas escolas, objetivando conhecer as perspectivas e trajetórias do atendimento dos estudantes dos grupos pesquisados, analisar as informações, compreender os processos das escolas, apontar desafios e possibilidades da educação para as relações étnico-raciais e da educação antirracista.