Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bonfá Neto, Dorival |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-04102023-155955/
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Resumo: |
A pesca artesanal aparece na América Latina como uma prática ancestral presente no modo de vida das mais variadas sociedades, desde antes da chegada dos europeus. A presença dessa prática entre os indígenas foi um elemento que substanciou a dispersão da pesca por alguns povos e comunidades tradicionais na América Latina. Com isso, estabeleceram-se múltiplas comunidades tradicionais em que a pesca artesanal constituía importante elemento para a reprodução do modo de vida, e que as práticas produtivas, os saberes e conhecimentos tradicionais asseguravam formas de conservação ambiental. Porém, com o advento da modernidade, sobretudo após meados do século XX, o modo de vida tradicional, bem como os territórios tradicionais começam a passar por transformações. Em virtude disso, as comunidades de pescadores artesanais do Brasil e da Colômbia têm passado pela chegada de novas territorialidades disruptivas e conflitos socioambientais e territoriais que modificam os seus modos de vida tradicionais e impactam na pesca artesanal, atividade de suma importância para a soberania e segurança alimentar e a reprodução cultural dessas comunidades. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é compreender a reprodução da pesca artesanal dentro dos significados culturais, dilemas e conflitos que a envolvem no Brasil e na Colômbia, a partir do histórico de mudanças territoriais que alteram os modos de vida tradicionais, devido aos conflitos socioambientais, pelo território e seus recursos, nas comunidades pesqueiras de Maxaranguape, (Rio Grande do Norte, Brasil) e Bahía Solano (Chocó, Colômbia), aproximadamente nos últimos 50 anos. Para isso, se adotou um enfoque qualitativo, com uma abordagem latino-americana e interdisciplinar, partindo sobretudo da Geografia e da Antropologia na tentativa de construir uma Ecologia Política. Os métodos utilizados foram o estudo comparativo e o materialismo histórico-dialético. Quanto às técnicas ou instrumentos de pesquisa, foram: Trabalho de campo com observação participante; Entrevistas com roteiros semi-estruturados; Relato Etnográfico em diário de campo; Fotodocumentação; e Cartografia social participativa. Na última etapa foi feita uma sistematização e análise dos dados secundários e dos resultados obtidos nos trabalhos de campo, para efetivar a comparação e a discussão das temáticas centrais: pesca artesanal, modo de vida e território. Se concluiu que a pesca é uma atividade que vai muito além de prática produtiva, pois produz territorialidades e define a identidade, sendo inerente ao modo de vida tradicional em Maxaranguape e em Bahía Solano. De modo que, as territorialidades disruptivas evocam os conflitos territoriais, sobretudo aquelas relacionadas ao turismo, a pesca industrial e ao narcotráfico, colocando o modo de vida tradicional em ameaça. |