Síndrome de burnout em médicos residentes de cirurgia no HCFMRP-USP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Salustiano, Adriane Jacinto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17137/tde-08022024-152238/
Resumo: Introdução: A Síndrome de burnout (SB) consiste na sensação de exaustão física e mental em resposta à somatização e à cronificação de eventos estressores, e que culmina na incapacidade de desempenhar as atividades profissionais. Objetivo: Determinar a prevalência da Síndrome de burnout (SB) em médicos residentes do DCA-FMRP-USP e cotejá-la com fatores sociodemográficos, psicológicos e ocupacionais. Material e Método: Estudo prospectivo transversal de 45 médicos residentes, matriculados na Instituição, de janeiro de 2019 a março de 2020 e que preencheram, on line, por meio do programa RedCap, cinco questionários: Questionário Sociodemográfico e de caracterização do profissional, Maslach Burnout Inventory para profissionais que atuam em contato direto com pessoas (MBI-HSS), Seeling´s Resident Questionnaire, Patient Health Questionnaire - four items (PHQ-4), e Questionário de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, versão abreviada (WHOQOL-bref). A análise estatística empregou o teste do qui-quadrado (x2) de Pearson e Teste Exato de Fisher. Resultados: Dentre os 100 residentes convidados, nos 45 que aceitaram participar do estudo foi possível identificar: 75% do sexo masculino, 66% solteiro e 93% sem filho. Quanto à renda, 62% declarou ganho mensal de 2-4 salários mínimos. 59% declarou não morar sozinho. As atividades da residência, de acordo com 98% dos participantes, exigem horas a mais que as estabelecidas. Em média, 50% dos residentes realizam de 4 a 10 cirurgias por semana, e 51% deles não exerce outra atividade profissional além da residência. Apesar de 42% e 62% classificar boa rede de suporte instrumental e afetivo, respectivamente, 49% percebeu impacto no desempenho profissional por fatores estressores externos ao trabalho. Mesmo diante do sofrimento, 68,89% dos participantes não realizam acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico, mas 38% dos participantes afirma consumir bebidas alcoólicas de 2 a 3 vezes por semana e 20% recorre a uso de drogas ilícitas. A prevalência de burnout ocorre em 73% na dimensão de exaustão emocional e 67% na dimensão de despersonalização; mesmo que 71% dos participantes tenha indicado realização profissional. 34% dos médicos residentes apresentaram escore classificável de ansiedade, e 24% de depressão. 60% classificou sua qualidade de vida como ruim. A maioria (87%) dos participantes apresenta sofrimento emocional, 92% dos residentes está insatisfeito com a residência médica e 68% com o ambiente de aprendizagem. Conclusão: Este estudo contribui para o maior entendimento da relação de ansiedade, depressão, qualidade de vida, sofrimento e satisfação em relação ao programa de residência e SB na população estudada. Esses resultados corroboram com a proposta da OMS (2019) de iniciar o desenvolvimento de diretrizes que possam favorecer a promoção de saúde mental no local de trabalho.