Atividade antioxidante e fotoprotetora de bambus nativos do Sudeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Wróblewska, Katarzyna Barbara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9138/tde-07052019-151812/
Resumo: Os bambus nativos do Brasil, com exceção de seu uso como material de construção, têm encontrado poucas aplicações devido à falta de conhecimento abrangente sobre sua composição química e atividades biológicas. Neste projeto, foram pesquisados extratos etanólicos de colmos e folhas de cinco espécies de bambu do Sudeste brasileiro: Aulonemia aristulata (Döll) McClure., Chusquea bambusoides Rupr. Ex Döll, Chusquea capituliflora Trin. var. pubescens McClure, Chusquea meyeriana Rupr. e Merostachys pluriflora Munro ex E.G. Camus, para avaliar sua atividade antioxidante, composição química, e atividade foto-protetora. O potencial antioxidante das plantas foi avaliado através do método do sequestro do radical livre DPPH, onde os extratos apresentaram valores de CI50 entre 137 e 260 µg/mL. O teor de compostos fenólicos e flavonoides foi determinado através dos métodos com o reagente Folin-Ciocalteau e AlCl3. O conteúdo de fenólicos totais variou de 43 a 87 µg equivalentes de ácido gálico por mg de extrato seco. O extrato mais rico em flavonoides foi o de C. bambusoides, com 6,44 µg equivalentes de quercetina por mg da amostra. A análise preliminar da composição química dos extratos foi realizada por cromatografia em camada delgada, excluindo a presença de flavonoides comuns nos bambus asiáticos. A eficácia de proteção solar e a foto-estabilidade in vitro das formulações cosméticas com extratos de bambus (10%) e filtros solares comerciais foi estimada por espectrofotometria de reflectância difusa com esfera de integração em placas de polimetilmetacrilato. Os dados obtidos foram convertidos em fator de proteção solar (FPS) antes e depois da irradiação, que variaram respectivamente entre 34,52 86,15 e 14,33 44,44. A seguir, foi avaliada a citotoxicidade frente a uma linhagem de células epiteliais de retina humana (RPE) do extrato mais promissor de colmos de M. pluriflora, sendo o mesmo classificado como não-tóxico. O fracionamento desse extrato potencializou a ação antioxidante e foto-protetora, aumentando a concentração das substâncias ativas no extrato selecionado. Adicionalmente, foram realizados outros ensaios cromatográficos (CG-EM e CLAE), os quais identificaram ácidos graxos, ácidos fenólicos e produtos característicos de decomposição de ligninas como os compostos principais nas frações ativas. Uma amostra de formulação cosmética com extrato de colmos M. pluriflora (5%) e com filtros solares foi enviada para Instituto de Pesquisa IPClin, onde foram realizados testes de FPS e foto-irritação in vivo. A média de FPS in vivo da formulação foi 23, enquanto, o FPS da formulação controle, 15. Devido a sua abundância, o ácido p-cumárico, pode ser o principal responsável pela atividade observada. O produto com o extrato não causou irritação da pele dos voluntários após a irradiação. Os resultados indicam que as espécies de bambu do Brasil aumentam o FPS dos filtros solares comerciais e são seguros para o uso externo, com potencial para a produção de cosméticos fotoprotetores.