Depressão pós-acidente vascular cerebral como preditor de mau prognóstico: avaliação de sobrevida em longo prazo no Estudo de Mortalidade e Morbidade do Acidente Vascular  Cerebral (Estudo EMMA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mello, Roberta Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-04052016-144604/
Resumo: Introdução: A influência da depressão pós-acidente vascular cerebral (AVC) como preditor de mortalidade é pouca investigada. Assim, nosso objetivo foi avaliar a influência da depressão na sobrevida em longo prazo nos participantes do Estudo de Mortalidade e Morbidade do Acidente Vascular Cerebral (Estudo EMMA), uma coorte em andamento no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, Brasil. Métodos: Foi avaliada prospectivamente uma subamostra de 191 indivíduos com 35 anos ou mais, acometidos por acidente vascular cerebral do tipo isquêmico e hemorrágico, participantes do Estudo EMMA. As características do AVC na admissão hospitalar, além dos dados sociodemográficos e fatores de risco cardiovasculares foram avaliados de acordo com o primeiro episódio de depressão após o evento agudo. O rastreamento de depressão foi realizado com cada participante através de entrevista telefônica com o questionário \"Patient Health Questionnaire-9\" [transtorno depressivo maior (escore ≥ 10 pontos) e depressão menor (escore ≥ cinco pontos)] 30 dias após o evento agudo e periodicamente durante um ano de seguimento. As análises de mortalidade foram realizadas através das curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier e pelas razões de risco (\"hazard ratio\") proporcionais que foram calculadas por modelos de regressão logística de Cox ajustados para potenciais fatores de confusão. Resultados: Nesta subamostra de 191 participantes do estudo EMMA, 164 (85,9%) indivíduos foram diagnosticados com acidente vascular cerebral isquêmico e 27 (14,1%) com acidente vascular cerebral hemorrágico. A frequência geral de transtorno depressivo maior foi de 25,1% (48/191) e a frequência de depressão menor foi de 57,1% (109/191) durante um ano de seguimento, independentemente do subtipo de AVC. Foi observada uma taxa de sobrevida menor entre os indivíduos que desenvolveram transtorno depressivo maior pós-AVC em comparação com aqueles que não desenvolveram esta condição após um ano de seguimento (85,4% vs. 96,5%, log-rank p = 0,006). Após análise de regressão de Cox múltipla, observamos um risco maior de mortalidade por todas as causas dentre aqueles que desenvolveram transtorno depressivo maior em comparação aos participantes sem transtorno depressivo maior (razão de risco = 5,97; IC 95% =1,43-24,91, p = 0,01). Os participantes que desenvolveram depressão menor não apresentaram diferenças estatisticamente significativas nas taxas de sobrevida pós-AVC comparativamente aos que não apresentaram estes sintomas (93,2% vs. 94%, log-rank p = 0,94); assim como não apresentaram um aumento no risco de morte em até um ano de seguimento (razão de risco = 0,76; IC 95% = 0,18 3,19, p = 0,71). Conclusão: Nossos resultados sugerem que a ocorrência do primeiro episódio de transtorno depressivo maior foi um preditor potencial de mau prognóstico caracterizado por um risco aumentado de morte um ano após o AVC