Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Ema Cândida Branco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17139/tde-30082011-141151/
|
Resumo: |
A desnutrição infantil tem origem multifatorial complexa com raízes na pobreza. A compreensão de sua distribuição é importante para apreciar a dimensão e profundidade do problema e propor ações para o seu controle. O objetivo do presente estudo foi caracterizar a prevalência dos déficits nutricionais entre menores de cinco anos na Comuna de Bom Jesus, Angola. Desenvolveu-se um estudo do tipo transversal de base populacional com 744 crianças. As prevalências dos déficits de Peso/Idade (P/I), Peso/Estatura (P/E) e Estatura/Idade (E/I) foram calculadas utilizando-se o padrão de crescimento infantil da Organização Mundial da Saúde, 2006. Variáveis demográficas, socioeconômicas, alimentação, presença de morbidade e estado nutricional das crianças foram obtidas utilizando-se inquérito por entrevista. Para comparação das prevalências dos déficits, segundo características, o teste qui-quadrado de Pearson para heterogeneidade foi empregado, considerando-se p <0,05 como significante. Foram entrevistadas 498 famílias e a média de indivíduos por domicílio foi de 5,6. Não havia um sistema de coleta de lixo, cerca de 60% dos domicílios eram construídos com material não apropriado, em 48% o piso era de terra, 72% possuíam apenas um cômodo, em 37% não havia eletricidade e 73% das famílias não possuíam vaso sanitário/esgoto. As prevalências de déficits para os índices P/I, P/E e E/I foram de 13%, 7%, e 22%, respetivamente. Déficit de E/I grave foi identificado em 7% das crianças. A prevalência dos déficits de E/I e P/E foram maiores em crianças que haviam sido desmamadas antes dos seis meses de idade. A prevalência do déficit de E/I mostrou-se maior em famílias que referiram cuidados com a água no domicílio, quando o pai tinha entre 5 a 9 anos de escolaridade e era professor e entre crianças dos 6 aos 23 meses que continuavam sendo amamentadas. Também foi maior entre crianças que tiveram febre, vômitos, diarréia com muco/sangue e expulsão de parasitas. Observou-se maior prevalência do déficit de P/E em crianças cujos pais tinham idade inferior a 25 anos, nas que viviam com o pai e quando o pai tinha entre 1 a 2 filhos. Maior déficit também foi observado em crianças menores de 24 meses, nas que tinham entre 6 a 23 meses mas continuaram recebendo aleitamento materno exclusivo e naquelas dos 24 aos 59 meses que continuavam sendo amamentadas. A prevalência do déficit de P/I foi maior em crianças cuja mãe trabalhava fora de casa, quando a família não tinha eletricidade nem abastecimento de água, não possuíam ferro elétrico, viviam à 4 Km ou mais da unidade de saúde local e naquelas que tiveram vômitos, abatimento ou tristeza, expulsão de parasitas e prurido anal. A desnutrição infantil mostrou-se sério problema de saúde pública com alta prevalência do déficit de E/I. Outros estudos são necessários para a identificação dos determinantes associados a desnutrição infantil que permitam a implementação de intervenções direcionadas para reverter a situação. |