A ameaça da ideologia de gênero: movimentos e contramovimento em torno de direitos reprodutivos e sexuais no Brasil do fim do governo Lula à eleição de Jair Bolsonaro (2009-2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barifouse, Rafael Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-16012025-115639/
Resumo: Esta dissertação focaliza a mobilização social que disputa o sentido político de gênero no Brasil. A mobilização em torno do enquadramento da ideologia de gênero é um fenômeno transnacional, com especial ressonância na Europa e na América Latina, e que assume uma dinâmica particular no Brasil. Esta pesquisa visa contribuir para a literatura sociológica sobre o tema investigando o caso brasileiro a partir da perspectiva da Teoria do Confronto Político. O argumento central da dissertação é que a campanha contra a ideologia de gênero no Brasil constituiu um contramovimento social. Procura-se demonstrar que se trata de uma reação ao progressivo reconhecimento das demandas dos movimentos feminista e LGBT pelo Estado brasileiro, a partir da redemocratização e, em especial, do governo Lula. Uma coalizão de grupos cristãos e laicos moralmente conservadores se organizou em uma reação a esta mudança, percebida como uma ameaça aos seus valores e hierarquias. Esta coalizão se consolidou como um contramovimento que disputou o controle da moralidade privada ao longo de uma década. A dissertação acompanha o confronto entre movimentos e contramovimento em torno dos direitos sexuais e reprodutivos desde o segundo governo Lula, quando a disputa se iniciou, até a eleição de 2018, quando o deputado Jair Bolsonaro, o candidato do contramovimento, foi eleito presidente do Brasil. Argumenta-se que os eventos de protesto de um lado e de outro variaram conforme a abertura e o fechamento de oportunidades políticas à ampliação de direitos sexuais e reprodutivos. A metodologia que orientou a coleta e sistematização de dados é a Análise de Eventos de Protesto, consolidada e amplamente usada em estudos na área de sociologia política. Esta metodologia orientou a construção de um banco de eventos de protesto em torno dos direitos reprodutivos e sexuais, a partir de notícias publicadas no portal G1, ao longo de uma década (2009-2018)