Gestações induzidas por cabergolina em portadoras de prolactinoma: desfechos maternofetais em um estudo multicêntrico brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sant'Anna, Beatriz Graciano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-11022020-122832/
Resumo: Os adenomas hipofisários secretores de prolactina (prolactinomas) são causa frequente de infertilidade. Os agonistas dopaminérgicos (AD) são considerados o tratamento de escolha para os prolactinomas por reverterem, na maioria dos casos, a hiperprolactinemia e o hipogonadismo, possibilitando a gestação. A bromocriptina é considerada o AD de escolha na gestação, por conta da maior experiência na literatura e de sua meia-vida mais curta em comparação com a cabergolina (CAB). Apesar de os estudos não demonstrarem maior taxa de desfechos materno-fetais desfavoráveis em gestações induzidas por CAB, mais dados são necessários para confirmar a segurança desse AD no contexto da gravidez. O objetivo deste estudo foi avaliar os desfechos materno-fetais de gestações induzidas por CAB, em uma série expressiva de pacientes portadoras de prolactinomas. Para tanto, foram analisados taxa de crescimento tumoral, aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer, malformação congênita e comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor em filhos de mulheres tratadas com CAB, em um estudo retrospectivo multicêntrico brasileiro. Foram incluídas 233 gestações em 194 mulheres. A idade mediana ao diagnóstico do prolactinoma foi de 31 (17 a 45) anos e, de acordo com o maior diâmetro tumoral, 43,6% apresentavam microadenomas e 56,4%, macroadenomas. Em 233 gestações, a CAB foi suspensa em 89%, após a confirmação da gravidez. Os sintomas relacionados ao crescimento tumoral ocorreram em 25 casos, mais frequentemente em macroadenomas. A taxa de abortamento total foi de 11%, maior no subgrupo de pacientes com manutenção da CAB após a confirmação da gravidez (38% vs. 7,5%). Entre os nascidos vivos, a prematuridade ocorreu em 12%, baixo peso ao nascer em 6% e malformação congênita em 4,3%. O comprometimento do desenvolvimento neuropsicomotor foi relatado em 7% dos casos. Os resultados deste trabalho confirmam estudos anteriores quanto à segurança da CAB na indução das gestações. Todavia, a maior taxa de abortamentos espontâneos nas pacientes que mantiveram CAB após a certificação da gravidez deve confirmada por outros estudos