Os Elementos de Harmonia de Aristóxeno de Tarento: tradução e comentário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cruzeiro, Nataly Ianicelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8143/tde-24052021-133328/
Resumo: Os Elementos de Harmonia do filósofo peripatético Aristóxeno de Tarento (ca. 360-300 a.C.) é o mais antigo e bem conservado tratado inteiramente dedicado ao estudo de estruturas musicais que nos foi transmitido. Nele, Aristóxeno estabelece que a melodia deve ser objeto de uma disciplina que se ocupa somente da análise de elementos musicais: a harmonia. Ela, por sua vez, integra uma ciência mais abrangente, a mousiké, cujas partes incluem também o estudo do ritmo, da métrica e da organologia (41.10-12 [Da Rios]). Para Aristóxeno, o objetivo da harmonia não é estudar o movimento físico do som no ar ou sua relação com o cosmos ou com a ética, mas descrever os elementos utilizados nas melodias - notas, intervalos, escalas, tonalidades, gêneros, modulação e melopoiía (Harm. 34.30ss [Da Rios]) - e identificar suas possíveis combinações (syntheseis) observando os seguintes critérios: ser executável (melōidouménon), harmonizado (hērmosménon) e melódico (emmeles) (Harm. 51.1-4 [Da Rios]). Por essa razão, ele defende a primazia da percepção auditiva para a observação dos sons e para a apreensão dos princípios da harmonia, rejeitando tanto a abordagem aritmética realizada pelos pitagóricos quanto a empirista feita pelos obscuros teóricos a quem ele chama de \"harmonistas\" e pelos músicos práticos de sua época. O tratado está dividido em três livros que apresentam, nos livros I e II, os princípios gerais que norteiam as melodias harmonizadas, bem como discussões sobre o movimento da voz entre os graves e agudos, a diferença do canto e da fala e questões filosóficas sobre a música. No livro III, tem-se as demonstrações (elementos) da harmonia em 28 teoremas. Esta dissertação consiste em uma tradução integral de cunho filológico dos Harm. acrescida de comentários exegéticos e críticos ao texto e uma introdução que intenta situar o pensamento aristoxênico perante seus ante-cessores e outros teóricos da música.