Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Pimenta, Ruan Cesar Aparecido |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5153/tde-30112023-131612/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O câncer de próstata (CaP) pode ser influenciado por níveis elevados de colesterol, o que leva a alterações na via de sinalização androgênica intratumoral. O colesterol, além de ser uma molécula precursora para a síntese de hormônios esteroides, pode se acumular e interagir com o receptor de andrógeno (AR) e ainda aumentar a sua atividade. A compreensão destes mecanismos moleculares no CaP, resistente à castração, não é totalmente elucidada. Alguns coativadores do AR, como os pertencentes a família p160, SRC-1, SRC-2 e SRC-3, estão envolvidos na modulação do metabolismo do colesterol nas células cancerígenas da próstata, e podem afetar a atividade de transativação do AR. Além disso, a interação entre coativadores e AR podem ser influenciadas por microRNAs, pequenas moléculas de RNA que regulam a expressão gênica. Estudos recentes têm sugerido que certos microRNAs estão envolvidos na regulação do AR e podem desempenhar um papel na modulação do metabolismo do colesterol nas células cancerígenas. O miR-137 especificamente, apresenta regiões de ligação para os três componentes da família p160 e apresenta atividade antiproliferativa no CaP. Portanto, a investigação do efeito do colesterol e do miR-137 sobre os coativadores p160 e do AR pode fornecer dados importantes para o entendimento e o tratamento do CaP resistente à castração. OBJETIVOS: Este estudo objetivou investigar o impacto do colesterol sobre os coativadores do AR e explorar o possível efeito supressor do miR-137 no CaP, incluindo o modelo animal com hipercolesterolemia, induzida por dieta. MÉTODOS: O efeito do colesterol sobre os coativadores de AR (SRC-1, 2, 3) foram estudados em células PC-3. A expressão gênica dos coativadores foi analisada, usando qPCR após a exposição a 2 g/mL de colesterol por 8 horas. A migração celular, a viabilidade, a apoptose e o ciclo celular foram avaliados por meio de ensaios de citometria de fluxo. A expressão proteica dos coativadores de AR foi avaliada por Imunofluorescência e Western Blot. Os experimentos in vivo foram realizados com camundongos NOD/SCID machos, alimentados com uma dieta padrão (DP) ou hipercolesterolêmica (HCOL). O crescimento do tumor, o perfil lipídico sérico, o perfil lipídico intratumoral e a expressão dos coativadores p160 e do AR foram averiguados ao final da experimentação, bem como o efeito do miR-137 sobre o modelo de CPRC com HCOL, administrado via intratumoral. RESULTADOS: A suplementação com colesterol induziu positivamente a expressão gênica dos coativadores SRC-1, SRC-2 e SRC-3, levando ao aumento da expressão de AR nas células PC-3. As células suplementadas com colesterol apresentaram aumento da migração, fases alteradas do ciclo celular, aumento da proliferação e redução da apoptose. Os dados relacionados ao tratamento das células PC-3 com o miR-137 apontaram que este miR foi capaz de inibir a expressão gênica e proteica dos coativadores p160 e a expressão do AR. Após estas constatações, demonstramos que a indução do miR-137 inibe a migração e invasão celular, apresenta impacto negativo na taxa de proliferação e induz o aumento dos níveis de apoptose. No modelo in vivo, o grupo HCOL apresentou níveis mais altos de colesterol sérico e intratumoral, aumento das concentrações de testosterona e Dihidrotestosterona e expressão aumentada dos coativadores p160 e do AR. O volume tumoral foi significativamente maior no grupo HCOL, quando associado ao grupo DP. Nos modelos tratados com miR, apresentamos que, tanto o grupo DP quanto o grupo HCOL exibiram velocidade de crescimento tumoral reduzida após a restauração intratumoral do miR-137 e níveis reduzidos de proliferação. CONCLUSÕES: De forma geral, a suplementação das células PC-3 com colesterol levou ao aumento da expressão gênica e proteica dos coativadores p160 e AR, além de impactar significativamente no aumento da proliferação celular, diminuição dos níveis de apoptose e aumento do volume tumoral no modelo in vivo. O tratamento com o miR-137 foi capaz de suprimir a expressão dos coativadores p160 e reduzir os níveis de AR, levando a uma redução da velocidade de crescimento tumoral no modelo in vivo. Esses resultados destacam o potencial terapêutico do miR-137 para restaurar a transcrição mediada por AR e a transativação da via androgênica no CaP, potencialmente influenciada pelos níveis de colesterol |