A gramática do conceito de cuidado: contribuições para o ensino em enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Liberatori, Rosely da Silva Matos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-06072021-153731/
Resumo: Esta dissertação compreende uma crítica ao uso unívoco do conceito de cuidado, bem como a concepções de ensino que reduzem a complexidade do ato de ensinar à mera aplicação de métodos e estratégias. A perspectiva teórica tem como base as ideias da segunda fase do pensamento de Ludwig Wittgenstein, para quem o significado de um conceito é seu uso na linguagem, constituído a partir de regras de natureza convencional que aprendemos do interior de distintos jogos de linguagem e que passam a constituir o que o filósofo denomina de a gramática do conceito. Nesse sentido, o principal objetivo da pesquisa é compor uma visão panorâmica da gramática do conceito de cuidado. Para isso, apresento exemplos de jogos de linguagem relacionados ao uso desse conceito. Os exemplos selecionados foram: cuidado como ação subversiva, em que apresento a história de mães que lutam pelo acesso à Cannabis medicinal para poderem cuidar de seus filhos; a noção de cuidado de si, demonstrada por Michel Foucault a partir de uma historiografia do conceito de cuidado entre os gregos; e, enfim, o cuidado entre o Céu e a Terra praticado por povos indígenas. Esses exemplos se prestam a elucidar que não há uma essência comum a todas as aplicações do conceito de cuidado, mas apenas elos de ligação, em maior ou menor grau, entre esses significados. Na esteira dessa discussão, defendo a ideia de que a forma como se concebe o conceito de cuidado repercute na maneira como se ensina esse conceito. Concluo que o ensino do conceito de cuidado requer espaço no currículo dos cursos de Enfermagem, bem como na formação de professores, visando uma crítica reflexiva, de modo a possibilitar o acesso à pluralidade de possibilidades de ensinar e conceber esse conceito. Evitamos, assim, a colonização da capacidade de reflexão, ao percebermos como cada grupo, em seu respectivo contexto e cultura, organiza suas ações no mundo. O resultado é um ensino menos dogmático e mais compreensivo da realidade cultural e cotidiana.