Diversidade molecular e filogenia de algas verdes (Chlorophyta) formadoras de turf em ilhas oceânicas brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Michelle Cristine dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-12112024-172324/
Resumo: Ilhas oceânicas são ambientes isolados, pristinos e importantes ecologicamente que aportam nutrientes para as águas oligotróficas adjacentes. São consideradas stepping stones para espécies migratórias ou para aquelas que se dispersam com as correntes, portanto, listar a biodiversidade nestes locais é essencial para a sua conservação, preenchendo lacunas biogeográficas e ampliando a compreensão da evolução de algumas espécies. As macroalgas são organismos chave em ilhas oceânicas, constituindo parte importante da base da teia trófica, servindo de alimento e abrigo para uma gama de diferentes organismos. O Brasil possui quatro ambientes insulares oceânicos, o Atol das Rocas e três arquipélagos, Fernando de Noronha, Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP), e Trindade e Martin Vaz. No entanto, a diversidade das macroalgas de ilhas oceânicas do Brasil não está totalmente elucidada, principalmente pela dificuldade na taxonomia de espécies crípticas em meio aos turfs. Neste trabalho, amostras de macroalgas Chlorophyta (Ulvophyceae) foram coletadas em duas expedições para a Ilha da Trindade, em duas expedições para ASPSP, e em uma expedição para Fernando de Noronha. Para as espécies das ordens Dasycladales, Ulvales e Bryopsidales foram geradas sequências de marcadores plastidiais turf A e rbcL. Para as espécies da ordem Cladophorales foram geradas sequências nucleares de ITS, LSU e SSU, uma vez que os marcadores plastidiais não funcionam adequadamente para este grupo. As espécies detectadas pelos marcadores moleculares também foram analisadas quanto a sua morfologia e distribuição geográfica. Com base nas análises foram confirmadas 28 espécies de Ulvophyceae componentes do turf. Em Trindade foram listadas 20 spp., em Fernando de Noronha 13 spp., e no ASPSP seis spp. Dentre as espécies estudadas foram obtidas as primeiras sequências geradas para Dictyosphaeria ocellata, e detectada pela primeira vez a ocorrência de Lychaete pellucidoidea no Arquipélago de ASPSP. Além disso, três possíveis novas espécies foram detectadas: 1. Boodleopsis sp. registrada para as três ilhas oceânicas estudadas, e possivelmente restrita a ambientes insulares; 2. Willeella sp. espécie diminuta e delicada, e caso confirmada, endêmica da Ilha da Trindade e 3. Chaetomorpha sp. também diminuta e que compõe a diversidade oculta de Fernando de Noronha, e se confirmada será a primeira espécie endêmica para esse local. Foram geradas sequências de turfA e rbcL para espécies com poucas sequências inseridas no banco de dados, como é o caso de Halimeda discoidea e Parvocaulis parvolus. Neste trabalho também confirmamos molecularmente a ocorrência de Ulva flexuosa para o território brasileiro. Essas contribuições representam um reforço para estudos de distribuição e taxonomia destas espécies. O sequenciamento de espécies de Ulvophyceae das ilhas oceânicas brasileiras é inédito, e contribui para o entendimento da biodiversidade marinha destas regiões insulares o que é 13 fundamental para a sua preservação e para estudos biogeográficos do Atlântico Sul.