A participação do usuário em seu cuidado em saúde mental pela perspectiva de uma trabalhadora da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Moraes, Isabela Monteiro Nicolau de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/108/108131/tde-09122024-094532/
Resumo: A Política Nacional em Saúde Mental brasileira foi formulada buscando garantir os direitos das pessoas com adoecimento mental e se contrapor aos modelos de atenção à saúde mental até então vigentes que encarceraram, excluíram e apartaram do convívio social esses mesmos indivíduos. Assim, as diferentes políticas de saúde vêm propondo novas formas de cuidado, trazendo a pessoa para a centralidade de seu cuidado. Dessa forma, passam a valorizar o saber e as opiniões dos usuários na construção de seu Projeto Terapêutico Singular (PTS). A partir do campo de trabalho onde a pesquisadora estava imersa, foi feito um estudo que teve como objetivo compreender como os usuários de uma enfermaria psiquiátrica percebem sua participação em seu cuidado em saúde mental. Foi realizada uma pesquisa qualitativa a partir do método cartográfico clínico. Utilizou-se de entre-vistas com usuários de uma enfermaria psiquiátrica e do registro e reflexões de diários de bordo feitas pela pesquisadora durante sua permanência no serviço de saúde. A compreensão de crise em saúde mental pelos profissionais de saúde era determinante na forma como se relacionavam e escutavam os usuários. Quando mais próximos à atenção psicossocial e ao trabalho interprofissional, abria-se a possibilidade de oferecer uma escuta oportuna. Assim, possibilitam a construção de um cuidado compartilhado entre profissionais e usuários. Por outro lado, o contexto hospitalocêntrico, a precarização das condições de trabalho e a desarticulação da equipe de saúde se apresentaram como barreiras na elaboração dos PTSs e dificultadores no cuidado dos usuários. A partir do que foi constatado no caminhar desta pesquisa, foi proposto como produto educacional a realização de algumas rodas de conversa com os profissionais da enfermaria sobre a forma como estão escutando os usuários, considerando a compreensão de crise a partir das premissas da atenção psicossocial. Dessa forma, busca-se evitar a reprodução de condutas manicomiais perpetuadas e a possibilidade de construir um PTS digno junto ao usuário e a seus familiares. Nestes encontros dialogados, serão propostas discussões em torno da compreensão do que é crise em saúde mental, o que é cuidado e como construir um PTS enquanto escuta oportuna e a importância do trabalho interprofissional. A partir dessas trocas, será avaliada a possibilidade de expandir tal proposta de intervenção para os residentes e o restante da equipe de profissionais dos outros serviços do CAISM e da rede de atenção à saúde.