Desamparo aprendido e ilusão de controle em portadores de transtorno do jogo e controles normais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Berg, Raquel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-09112021-132459/
Resumo: O Transtorno do Jogo (TJ) é caracterizado por apostas persistentes, mesmo com consequentes prejuízos financeiros e sociais. Os estudos sobre esse transtorno têm relacionado o comportamento de jogo com condicionamento, distorções cognitivas e comportamento supersticioso. Estudos prévios demonstraram que, em testes analíticos de resposta-consequência com indivíduos normais, a ausência de feedback impede a extinção do comportamento e permite o desenvolvimento de comportamento supersticioso e ilusão de controle. O TJ pode ser considerado como um paradigma de resposta-consequência no qual os portadores de TJ (PJ) falham em perceber o feedback de erro. Portanto, isso significa que eles não percebem a independência entre resposta e consequência e permanecem no ato de jogar. O objetivo desse trabalho foi comparar o desempenho de PJ e controles normais (CN) frente a teste curto e um teste longo de análise de resposta-consequência (TCARC com 10 repetições no estudo piloto e TLARC com 50 repetições no estudo principal), sendo que cada teste possui uma versão com solução (CS) e uma versão sem solução (SS), todas com feedback de erro. Para os estudos, selecionamos 20 PJ e 20 CN no estudo piloto, e 34 PJ e 34 CN no estudo principal, foram recrutados para participar dos estudos; metade de cada amostra foi designada para fazer a sequência CS-SS, e a outra metade realizou a sequência inversa (SS-CS). Comparados com os CN, no TCARC os PJ relataram mais ansiedade na versão CS, menos uso de estratégia e menos crença na existência de uma senha em ambas as versões, e maior quantidade de digitação aleatória em ambas as versões. No TLARC, comparados com os CN os PJ apresentaram mais ansiedade, menos felicidade e menor percepção de controle na versão CS; na versão SS, os PJ apresentaram mais digitação aleatória, mais comportamento supersticioso e menor crença na existência de uma senha. Os PJ também apresentaram menor confiança em ambas as versões. Em contraste com achados anteriores, os PJ não demonstraram mais ilusão de controle em comparação aos CN e também se mostraram mais céticos com relação à controlabilidade de ambas as versões nos dois estudos. Nossos achados sugerem que a natureza dos testes com feedback de erro permitiu identificar déficits cognitivos que precedem o TJ, e que possivelmente poderão levar a condicionamento por reforçamento intermitente enquanto o indivíduo tenta encontrar uma solução baseado em respostas aleatórias