Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Santos, Renan William dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-04102017-124158/
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Resumo: |
Este trabalho se propõe a analisar sociologicamente a incorporação e transmutação pela Igreja Católica de um dos mais candentes temas da atualidade: a questão ecológica. A análise contou com o uso de um banco de dados no qual foram compilados praticamente todos os discursos pontifícios disponíveis sobre ecologia, desde o primeiro, proferido por Paulo VI, em 1970, passando por João Paulo II e Bento XVI, até chegar aos primeiros anos do pontificado de Francisco, que se colocou sob os holofotes mundiais com sua encíclica ecológica Laudato Si. Primeiramente, foi feita uma reconstrução histórica dos contextos sociais que moldaram o surgimento e desenvolvimento das preocupações ambientais, ainda sem o envolvimento da Igreja Católica. Para a condução da análise, foram construídos três tipos ideais de ambientalismo: o esotérico, o racionalista e o moralista. Esse último dividido entre os subtipos intra e extramundano. Diferentes reflexões ambientalistas foram examinadas por meio dessa tipologia. Demonstrou-se como as causas apontadas e as soluções propostas podem seguir variadas direções conforme o sentido atribuído ao meio ambiente. Por vezes, essas perspectivas não só se diferenciam, mas também se contrapõem. Incluindo-se tardiamente nessa discussão, a Igreja Católica muitas vezes procurou desqualificar os raciocínios ecológicos presentes nas demais perspectivas, que poderiam redundar em concepções pagãs ou materialistas, contrárias a fé cristã. A Igreja Católica tem efetuado uma série de novas interpretações de seus tradicionais ensinamentos, como a teologia da criação, postulando que é o abandono dessa orientação religiosa que gerou a crise ambiental. Além disso, não haveria como purificar o meio ambiente físico sem antes purificar o meio ambiente humano, pois ambos teriam sido poluídos pelo pecado. A solução da crise ecológica dependeria, desse modo, de mudanças comportamentais em consonância com a moralidade tradicionalmente pregada pela orientação católica. Por fim, explicita-se como essa forma conservadora com a qual a Igreja Católica lida com o problema ambiental está relacionada ao processo de secularização. |