Uma estética da existência: vida e escritura em Mario Bellatin

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Procknov, Rafaela Cássia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-29092014-112523/
Resumo: Nesta dissertação, propomos uma leitura de Lecciones para una liebre muerta (2005a) e El gran vidrio (2007) do escritor Mario Bellatin. Analisamos tais obras no que diz respeito à reelaboração estética que elas promovem de duas formas narrativas, o romance e a autobiografia. Nesse sentido, as noções teóricas do pós-estruturalismo francês, desenvolvidas pelos filósofos da linguagem (Barthes, Blanchot, Derrida e Foucault), como a escritura, o fragmento, o gênero enquanto horizonte de criação artística (não como norma) e a transgressão foram fundamentais para abordar as novas propostas que as referidas obras de Bellatin comportam. O romance e a autobiografia propuseram-se, historicamente, a traçar a vida. Aquele, ao ambicionar uma forma totalizante que reconstituiria o sentido perdido na existência empírica e esta, ao visar ao entendimento de si. Assim, perscrutamos o lugar que o mundo bellatiniano confere ao vivido ao trabalhá-lo nesses gêneros. Nossa hipótese é a de que, ao apostar na exacerbação de alguns recursos formais, tais como: a figuração de si, a abertura a outras linguagens artísticas, a fragmentação do relato e a retomada da própria obra, a literatura bellatiniana desvela um universo singular que tensiona os ideais da modernidade literária, sem romper, em definitivo, com eles. Lecciones para una liebre muerta permitiu-nos colocar a pergunta acerca da existência de uma nova configuração do romance no contexto da contemporaneidade ou da explicitação de sua ineficácia simbólica no presente. Por outra parte, El gran vidrio possibilitou-nos indagar acerca do estatuto do discurso de si num cenário cultural que reconfigurou a noção do sujeito.