Associação das variantes no ADIPOQ e concentrações séricas de adiponectina com alterações metabólicas em crianças e adolescentes obesos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Coimbra, Christiane Yumi Muramoto Nicolau Negro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-16042009-125712/
Resumo: Adiponectina é um hormônio produzido e secretado em abundância pelo tecido adiposo, que regula o metabolismo melhorando a sensibilidade à insulina pela sua ação hepática e muscular. Diferentemente dos outros hormônios do tecido adiposo, seus níveis séricos diminuem à medida que aumenta a adiposidade e são inversamente correlacionados com a obesidade, resistência à insulina e síndrome metabólica. Variações no gene da adiponectina foram associadas a níveis de adiponectina, resistência à insulina e risco de diabetes. O objetivo deste estudo foi avaliar os níveis de adiponectina e as variantes no gene da adiponectina em crianças e adolescentes obesos e sem obesidade e correlacionar os achados às características antropométricas e metabólicas. Níveis de adiponectina sérica foram mais baixos em obesos e em indivíduos púberes. Em não obesos, os níveis de adiponectina a correlacionaram-se negativamente com a adiposidade, entretanto nos obesos, a resistência à insulina e o desenvolvimento puberal foram os fatores de diminuição dos níveis de adiponectina. Independentemente da adiposidade, da resistência à insulina e da puberdade, menores níveis de adiponectina (abaixo de 10g/mL) correlacionaram-se com maior risco de hipertrigliceridemia, baixo HDLC e síndrome metabólica. Na análise do gene da adiponectina foram identificados os SNPs -11391G>A (rs17300539), -11377C>G (rs822387) na região promotora, +45T>G (rs22411766) no exon 2, +349A>G (rs6773957) no intron 2, Y111H (rs17366743) e a mutação G90S no exon 3. O SNP-11391G>A estava em desequilíbrio de ligação de Hardy-Weinberg. As variantes Y111H e G90S estavam em forte desequilíbrio de ligação com SNP-11377C>G e G90S com SNP+45T>G. Foi observada associação do alelo G do SNP-11377 a maior adiposidade central e menores níveis séricos de glicose. Após construção dos haplótipos com os SNPs -11377C>G, +45T>G e +349A>G observou-se que a presença do alelo G do SNP-11377T>G associou-se a maior obesidade (GTA vs CTA) , enquanto que a presença dos alelos recessivos dos outros SNPs diminuiu essa associação (GTA vs GGG). Na presença do alelo G do SNP+349A>G (CTG vs CTA), foi observada maior freqüência de indivíduos hipertensos, entretanto a associação dos alelos recessivos dos SNPs -11377C>G e +45T>G (CTG vs GGG) diminuiu a freqüência de hipertensão. Os resultados do presente estudo demonstram que níveis de adiponectina diferem em crianças e adolescentes dependendo do grau de adiposidade e puberdade e que níveis mais baixos estão associados às alterações metabólicas de maior risco cardiovascular na obesidade. Variantes no gene da adiponectina podem estar em desequilíbrio de ligação com um SNP funcional ou um pool gênico responsável por maior risco de obesidade e desenvolvimento de alterações metabólicas relacionadas ao aumento da adiposidade