A formação do cidadão republicano: sociologismo, individualismo e educação moral em Émile Durkheim

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Vares, Sidnei Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29072013-135539/
Resumo: A teoria sociológica elaborada por Émile Durkheim parte do embate com o pensamento utilitarista e com a psicologia, e se desenvolve no sentido de superar a relação sempre tensa entre indivíduo e sociedade. Durkheim, acusado de um antiindividualismo atroz, na contramão do legado iluminista, é visto, por parte de seus intérpretes, como um sociologista e um conservador, principalmente no que concerne a seu pensamento atinente à moral. A obra Educação Moral é entendida por muitos como a notação desse conservadorismo. Contudo, em oposição a estas leituras defende-se, a partir de ampla bibliografia mas, sobretudo, a partir dos próprios trabalhos de Durkheim, a tese segundo a qual é possível identificar em sua teoria pedagógica uma tentativa de sintetizar sociologismo e individualismo. Tal tentativa pode ser avistada no modo como o autor concebe a moral e seus elementos constitutivos, bem como em sua definição acerca do tipo de moralidade adequada à sociedade moderna, caracterizada, em que pese sua ênfase nos aspectos coletivos, pelo primado da razão e da autonomia. Com efeito, pretende-se demonstrar que as concepções morais de Durkheim estão em consonância tanto com a sua visão acerca da modernidade quanto com a sua definição de democracia, e que disso se depreende a necessidade de uma educação moral com vistas a formar o cidadão republicano, o ator social, consciente de seus direitos e de seus deveres, mas, sobretudo, de sua individualidade, definida no interior da vida coletiva. A exegese dos textos durkheimianos e a análise das interpretações consagradas pela literatura especializada constituem o ponto de partida metodológico deste trabalho, de modo que a seleção tanto das fontes primárias quanto das fontes secundárias se baseia na relevância, historicamente construída, dos textos escolhidos.