Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Schevisbiski, Renata Schlumberger |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8131/tde-18102013-143818/
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Resumo: |
Esta tese realiza uma investigação da obra de Claude Lefort (1924-2010), com o objetivo de mostrar que a ideologia é central no entendimento, tanto do seu pensamento, como de sua teoria da democracia. Pressupõe-se que a ideologia não é simplesmente um objeto privilegiado de interpretação em seus escritos, pois o seu pensamento, seu trabalho sobre a obra de Maquiavel e de Marx, suas teorizações a respeito da democracia e do totalitarismo, fundamentam-se neste movimento de desvelar o significado das representações ideológicas, das certezas. Por meio da ideologia, podemos compreender o estatuto de seu discurso, o qual interroga e sabe ser habitado por ela, ao mesmo tempo que dela não se distancia e, estando nela enredado, busca a constância de uma interrogação acerca de seu conteúdo latente e das denegações por ela proferidas. Considera-se, por conseguinte, que, contrário a todo ponto de vista de certeza, o pensamento de Lefort aponta para uma reflexão sobre as ambiguidades da democracia, preocupando-se com aquilo que há de paradoxal nesta forma de sociedade e que a faz passar para o totalitarismo. Esta tese está estruturada em duas linhas de discussão: a primeira delas procura compreender a obra da ideologia na obra de Lefort, ou seja, parte da hipótese de que os seus movimentos de pensamento foram engendrando-se ao longo de sua trajetória com o objetivo de abrir novas vias para uma reflexão crítica, capaz de colocar a ideologia em questão. Nesse ponto, considera-se que a sua filosofia, enquanto pensamento do político, pode ser compreendida como aquela que se elaborou como crítica, deciframento e desvelamento da ideologia. A segunda discute a ideologia na obra de Lefort, preocupando-se em compreender a construção de sua reflexão e a significação atribuída pelo autor a ela, o que implica considerar os autores e acontecimentos que o influenciaram nesse processo, bem como a dinâmica de sua própria produção intelectual, isto é, os momentos em que o autor a tem como algo latente em seus artigos e naqueles em que ela se torna objeto explícito de discussão. Propõe-se que a ideologia está em toda a sua obra, até mesmo quando Lefort reflete sobre um tema central em seus estudos: a invenção democrática. Para isso, discutem-se os efeitos e consequências políticas da ideologia na democracia, pois embora ela seja instituída pela interrogação, movida pelo princípio de invenção e reinvenção permanentes, pela indeterminação, ela também se mostra petrificada, cristalizada e determinada pelo discurso ideológico. |