Diálogo entre as artes plásticas e a publicidade no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Brunelli, Silvana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
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Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27131/tde-30062007-150637/
Resumo: A participação dos artistas plásticos e gráficos na publicidade brasileira, mais especificamente na comercial de produtos e empreendimentos, entre as décadas de 1920-1940 constitui o núcleo de investigação desta tese. Se historicamente as artes plásticas e a publicidade internacionais sempre mantiveram relações estreitas e até mesmo conflituosas, indagou-se como teriam se comportado entre si esses dois campos profissionais no Brasil quando da passagem da nossa publicidade amadora para aquela moderna, impregnada, sobretudo, pelos métodos das agências norte-americanas atuantes no eixo Rio-São Paulo. A partir de um exame atento do mercado de trabalho dos diversos profissionais considerados, procurou-se entender as motivações que os levaram a produzir peças publicitárias, o que por sua vez direcionou o estudo ao questionamento das hierarquias artísticas, pois a relação entre a arte e a publicidade prolonga o consagrado debate em torno das artes mecânicas e liberais, e, por conseguinte as disputas entre arte maior e arte menor, entre arte pura, desinteressada e livre e arte comprometida, dentre outras tipologias usuais. Concomitantemente, averigou-se como a passagem e mesmo a convivência de um sistema acadêmico com um moderno, que se constituiu a partir dos anos 1920, alterou, ou melhor, conformou o campo artístico brasileiro. Frente a esses impasses, recorreu-se a algumas proposições teóricas mais atuais, que ao transferirem o foco problemático do campo artístico para o estético, atenuaram os questionamentos como também permitiram maior flexibilidade de análises. Nos exames formais das peças publicitárias, selecionadas em função de suas representatividades dentro do conjunto, defendeu-se a tese de que houve momentos em que a produção de cartazes e anúncios comerciais, este em maior número, aproximou-se de uma linguagem artística moderna, a exemplo dos projetos comerciais do artista Fulvio Pennacchi, que pertencem à coleção do Instituto Moreira Salles. E, na busca desses momentos estéticos modernos, procurou-se não enxertar e tão somente verificar correspondências com os moldes europeus, ao contrário, isso permitiu o conhecimento da nossa realidade, da modernidade artística que nos foi possível edificar, tendo em conta as variantes que o decorrer dos anos lhe agregou. Este posicionamento, em contrapartida, de forma alguma pôde desprezar o fato da história da propaganda brasileira ter fortes e ricas ligações com os modelos estrangeiros, portanto, impôs-se às análises iconográficas a tarefa de também investigar o quanto a nossa produção foi ou não uma reelaboração particular dos exemplos da arte publicitária em circulação. A interdisciplinaridade foi uma constante neste estudo pelo entrelaçamento de informações originárias de vários campos do conhecimento, sem a qual a pesquisa não teria êxito.