Estudo de um sistema de dispensação de medicamentos e controle de uso (SDMCU)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Vieira, Liliana Batista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-26082009-162009/
Resumo: Os medicamentos representam uma conquista revolucionária do homem para a prevenção de doenças crônicas e agudas. Os riscos superam os benefícios quando inadequadamente empregados. Utilização irracional e erros que podem causar eventos e reações adversas são responsáveis anualmente por mais de 100 mil mortes, de 4ª a 6ª causa de morte somente nos Estados Unidos. Com a implementação do sistema de dispensação de medicamentos por dose unitária em hospitais, a administração de doses erradas foi reduzida em mais de 80%. A inadequada adesão ao tratamento das doenças crônicas é um problema mundial de grande magnitude. Nos países desenvolvi¬dos a adesão média é de 50% e nos países em desenvolvimento, este percentual é ainda menor. O presente estudo teve como objetivo desenvolver um Sistema de Dispensação de Medicamentos com Controle de Uso (SDMCU) para pacientes do município de Luiz Antônio-SP que usam cinco ou mais medicamentos diferentes continuamente. Empregaram-se cartelas e sachês personalizados e individualizados visando a utilização racional dos medicamentos com efetiva adesão ao tratamento farmacológico. Esperou-se a prevenção e redução dos problemas relacionados aos medicamentos contribuindo para o aprimoramento da qualidade da assistência à saúde da população. Foram entrevistados e acompanhados 24 pacientes por um período de 4 meses. Neste período foram recolhidos as cartelas e os sachês usados. Foram também mensurados parâmetros clínicos antes e após a implantação do SDMCU como métodos de medida de aderência.. Os parâmetros clínicos mensurados foram pressão arterial, glicemia, hemoglobina glicosilada, colesterol e triglicérides. Teste de Morisky e Green foi usado antes e após o SDMCU para avaliar o grau de adesão ao tratamento farmacológico. Também foram aplicados instrumentos para avaliar o grau de satisfação dos usuários da farmácia municipal de Luiz Antônio SP e do SDMCU. Antes do SDMCU 100% dos pacientes foram considerados como não aderentes pelo Critério 2 do Teste de Morisky e Green. Após o SDMCU, do total de pacientes, 33,3% foram considerados como não aderentes e 66,7% foram considerados aderentes pelo Critério 2. Pelo Critério 1, os com menor adesão contaram 0% e os com maior adesão 100%. O grau de satisfação dos pacientes com a farmácia municipal foi baixo; numa escala de 0 a 8 pontos apenas 20,8% dos entrevistados tiveram a pontuação máxima de 5. Em relação ao SDMCU 87,5% (n=21) obtiveram pontuação máxima, ou seja, estavam muito satisfeitos com o novo método de dispensação de medicamentos. Antes da intervenção apenas 3 (12,5%) e 9 (37,5%) pacientes apresentavam pressão arterial sistólica e diastólica normal respectivamente; após o uso do SDMCU esses números passaram a 13 (54,2%) e 21 (87,5%) respectivamente. No total 10 (41,7%) pacientes obtiveram uma melhora na pressão arterial sistólica e 12 (50%) obtiveram uma melhora na pressão diastólica. A glicemia que estava normal (abaixo do limite) em 11 (45,8%) pacientes antes do SDMCU passou para 23 (95,8%) pacientes após a intervenção, ou seja, 12 (50%) obtiveram uma diminuição no nível glicêmico. Apenas 2 (15,4%) pacientes dos 9 (69,2%) apresentavam valores de hemoglobina glicosilada acima de 7% antes do SDMCU obtiveram um nível abaixo desse limite após o SDMCU, porém 5 (38,46%) pacientes dos 13 (100%) diabéticos tiveram uma redução de mais de 1% no valor da A1c. Dos 24 pacientes acompanhados apenas 4 (16,7%) tinham um valor de colesterol acima da referência; após a intervenção esse número passou a ser de 1 (4,17%) paciente. Os valores de triglicérides melhoraram em 10 (41,7%) pacientes; de 16 (66,7%) com valores acima da referência, antes do SDMCU, apenas 6 (25%) continuaram com os mesmos números após a intervenção. A simplificação da terapia com menos horários de tomadas ao dia ajudou os pacientes a lembrarem de tomar seus medicamentos e a serem menos descuidados quanto ao horário de tomá-los. O SDMCU mostrou-se eficaz na adesão ao tratamento farmacológico baixando os níveis dos parâmetros clínicos e satisfazendo as necessidades individuais dos pacientes.