Custo e efetividade de um serviço de Odontologia no âmbito hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Manzano, Brena Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-22062023-084200/
Resumo: O objetivo deste estudo foi comparar o custo e efetividade de um serviço hospitalar contendo a Odontologia na equipe com um período prévio a introdução da Odontologia Hospitalar (OH) no serviço. Foi um estudo caso-controle retrospectivo de análise econômica parcial através da busca de dados no prontuário eletrônico de pacientes internados na enfermaria do Hospital Estadual de Bauru. De 6. 510 internações no período de 2012 a 2018, foram incluídas 310 internações, sendo 155 pacientes internados no período prévio a consolidação da equipe de OH (GsOH) e 155 internados no período após a presença da OH (GcOH). Os pacientes foram pareados por sexo, idade e doença de base (DB) (câncer de cabeça e pescoço [CA de CP], tumores sólidos [TU sólido] e oncohematológicos). Foram coletados dados demográficos, DB, tempo de internação hospitalar (IH), dieta, quantidade de exames de imagens e medicamentos em uso. No GcOH, foram coletadas informações da condição bucal (CB), gravidade da dor e da mucosite oral (MO). Os dados do custo de IH foram coletados da tabela de reembolso de procedimentos do Sistema Único de Saúde. Foi encontrado mais homens (69,7%) com idade média de 48,6 anos no GcOH e de 49,1 anos no GsOH e a DB mais prevalente foi o CA de CP (GcOH: 40,6%; GsOH:43,2%). Em ambos os grupos a realização de quimioterapia (GcOH: 26,3%; GsOH: 34,0%) foi o principal motivo de IH. O custo médio total de IH foi menor no período após a OH (GcOH:R$828,00; GsOH:R$907,00), principalmente, nos pacientes com TU sólidos. Os pacientes internados no período após a presença da OH, apresentaram maior tempo médio de internação hospitalar (p=0,001), realizaram mais exames de imagem (p=0,001) e utilizavam mais sonda nasoentenral/nasogástrica (p<0,001) enquanto que, aqueles internados no período prévio a OH, utilizaram mais quimioterápicos (p=0,031). As alterações bucais observadas nos pacientes atendidos pela OH foram: biofilme bucal (49%), xerostomia (45,4%), ressecamento labial (33,5%) e MO (34,8%). Os indivíduos com CA de CP, internados no período em que a OH estava presente, teve associação significativa com MO mais grave (p=0,019), utilização de CLX (p=0,09), flogoral® (p=0,04), e aqueles internados antes da introdução da OH, utilizavam mais analgésico (p= 0,010) e opioide (p<0,001). A MO quimioinduzida (p=0,004) foi significativamente associada a pacientes oncohematológicos (p=0,004). Indivíduos com CA de CP e TU sólidos com MO mais grave, usaram maior dose (p=0,030) e tempo (p=0,032) de doxorrubicina. Os pacientes oncológicos com MO grave tiveram dor bucal mais intensa (r=0,592; p<0,001), CB ruim (r=0,303; p=0,001) e relação com o menor custo médio total de IH (p=0,016). Finalmente, foi observado redução da gravidade da MO (p=0,007), melhora da dor (p=0,002) e da CB (p=0,002) quando comparado a primeira e última consulta odontológica. Houve menor custo médio total de IH nos pacientes com TU sólidos internados no período após a consolidação da OH. A presença da OH capacitada na equipe foi efetiva, pois possibilitou a melhora da dor e CB, redução da gravidade da MO e melhora da qualidade de vida.