O fio bordado da Escrevivência: a palavra-gesto como rota de cura em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Belem, Blenda Souto Maior
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-25072024-081433/
Resumo: Nesta pesquisa apresento a escrevivência como um aparato teórico e metodologia de escrita elaborado pela escritora e crítica literária Conceição Evaristo, que se configura como episteme que habita o corpo através do gesto. O objetivo é tecer reflexões acerca de como a escrevivência se apresenta como episteme que permite a elaboração do exercício de criação literária relacionada ao corpo, seus movimentos, bem como à memória ancestral presente nas corporeidades, e estabelecendo aproximações com os conceitos de Oralitura, Tempo Espiralar e Ancestralidade à luz do pensamento de Leda Maria Martins. Por meio das investigações apresentadas sobre o romance Ponciá Vicêncio (2003), busco compreender como a escrevivência, interpretada como um conhecimento que se inscreve no corpo, configura-se como uma ferramenta de criação de narrativas que estão inseridas nas gestualidades, construindo outras possibilidades sobre a experiência negra do tempo passado, presente e futuro, e que se constitui também como forma de elaboração de processos de violência. Estabeleço também uma relação com a técnica manual do bordado livre, a partir da experiência profissional com o projeto de mediação de literatura Ponto em Verso, como ponto de partida para a reflexão sobre como a escrevivência pode ser compreendida também como conhecimento que se inscreve no corpo, através do gesto, promovendo a possibilidade de elaboração de traumas e cura potencial através da palavra escrita, falada e bordada