Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mello, Fabio de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-23032020-163855/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: O entendimento de que fronteira é uma forma diferenciada de organização territorial daquele conceito tradicional, centrado nos limites políticos-administrativos. Esse recorte analítico e espacial de diversas realidades sociais explicam sua dinâmica e deve permear a visão de fronteira como um complemento e não como barreira. Isso se justifica, pois a relação saúde em regiões de fronteira sofre grande influência dessa mobilidade populacional que, ao utilizar o sistema regional, incrementa o risco de emergência e reemergência de doenças e das condições de vida de grupos mais vulneráveis. Nesse contexto, insere-se uma população flutuante na fronteira do Brasil com o Paraguai, as chamadas brasiguaias, que estão a mercê da falta de políticas para saúde nas fronteiras, e sujeitam-se às dificuldades do sistema para os atendimentos de suas necessidades gestacionais e obstétricas. OBJETIVO: Analisar a atenção à saúde das gestantes brasiguaias sob a ótica do acesso e da cobertura de saúde materna na fronteira Brasil/Paraguai. MÉTODO: Trata-se de estudo quantitativo, metodológico e descritivo, que ocorreu em Foz do Iguaçu, com análise do banco de dados dos SINASC do ano de 2018 e com entrevistas semiestruturadas com as puérperas brasiguaias que procuraram pelo atendimento obstétrico no hospital de referência na fronteira no mesmo ano. RESULTADOS: A pesquisa apontou uma população de 183 gestantes brasiguaias cadastradas no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) de Foz do Iguaçu, no ano de 2018, e que representa 3,5% do total dos partos realizados pelo hospital em Foz do Iguaçu. São mulheres com média de idade de 28,5 anos, de etnia branca em 70% das declarações, sendo que 68% relataram estar solteiras, separadas ou viúvas e 60% tinham menos de 12 anos de escolaridade. Na comparação com as demais gestantes, são mais velhas e com mais estudo do que as brasileiras. Em sua grande maioria, são oriundas de Ciudad del Este, no Paraguai, que fica a 32km de Foz do Iguaçu, utilizando o meio próprio para chegar ao hospital, e aquelas que residem mais distante da fronteira optam por se estabelecer na casa de parentes em Foz do Iguaçu antes do parto. Quanto aos dados de pré-natal, são gestantes que tem menos acesso e cobertura, com média de 6,7 consultas e início tardio, e realizam mais cesáreas que as brasileiras, uma vez que chegam ao serviço hospitalar só para o parto e sem o devido acompanhamento gestacional. CONCLUSÃO: Os dilemas sociais de uma população flutuante e não contabilizada em nenhum censo, na busca por serviços públicos de saúde, no lado da fronteira em que eles são oferecidos especialmente de forma gratuita, carece de estudos científicos, diagnósticos precisos, intervenções exitosas e principalmente de acordos bilaterais que apresentem soluções práticas, legais e financeiras para o desfecho mais adequado no pré-natal e parto das gestantes brasiguaias. |