Ressonância estoica em Deleuze e Foucault

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cracel, Maria Luiza Lima Pascale
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-03052023-192535/
Resumo: Trata-se de um aprofundamento da pesquisa realizada no mestrado em que o pensamento de Michel Foucault e de Gilles Deleuze foram analisados a partir da noção de acontecimento. Na atual pesquisa, o principal objetivo é o de recuperar a potência do termo remontando-o ao exprimível estoico (lekton) - tal como foi trabalhado por Émile Bréhier em A teoria dos incorporais no estoicismo antigo (1908). Bréhier mostra que o exprimível é um dos quatro incorporais, resultado da cisão estabelecida pela física estoica entre causa e efeito. Pretende-se então mostrar que, algumas décadas mais tarde, tanto Deleuze quanto Foucault souberam tirar amplo proveito do termo, cada um de sua perspectiva que, no entanto, em muitos pontos foram complementares. Deleuze trabalhou o acontecimento pela primeira vez, e de modo explícito, em Lógica do sentido (1969), fazendo do termo estoico o seu principal instrumento em um declarado combate à filosofia do sujeito e da representação. Foucault, por sua vez, menciona o acontecimento - descrevendo-o tal como aparece no estoicismo - em 1970, em sua aula inaugural no Collège de France, afirmando que o mesmo teria, a partir de então, grande importância em suas pesquisas históricas. Entretanto, mostraremos que a noção já estava presente em textos anteriores de ambos os filósofos - o que só reforçaria a importância da mesma; e destacaremos que ao longo da década de 1970, Foucault e Deleuze fizeram amplo uso do termo, tanto de uma perspectiva crítica ao pensamento moderno, quanto em um proposta - a partir do que poderíamos chamar de uma filosofia do acontecimento - de um modo de pensar que não mais se pautasse pela primazia da representação nem do sujeito.