Aspectos da biologia de Archytas incertus (Macquart, 1851) (Diptera-Tachinidae) e de suas inter-relações com Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) (Lepidoptera-Noctuidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1987
Autor(a) principal: Pereyra, Eliane Maria Milward Azevedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20191220-113501/
Resumo: O objetivo do presente trabalho foi desenvolver uma metodologia de criação de Arahytas incertus (Macquart, 1851), sob condições de laboratório, para conhecer alguns aspectos da biologia deste parasitóide e de suas inter-relações com Spodoptera frugiperda (J.E. Smith, 1797) visando fornecer subsídios a avaliação de seu potencial em programas de controle biológico. Os adultos da colônia de A. incertus foram mantidos em salas do Laboratório de Biologia do Departamento de Entomologia da ESALQ / USP (temperatura: 25 ± 2°C; UR: 70 ± 10% e sem controle de luz), enquanto as formas imaturas foram mantidas em câmara climatizada regulada à 25°C, utilizando-se S. frugiperda como hospedeiro. A manutenção da colônia de S. frugiperda seguiu a metodologia preconizada por FERRAZ (1982) em dieta artificial. A ontogenia e a viabilidade de A. incertus foram estudadas após a "inoculação" dos parasitóides do 3º ao 6º ínstares larvais de S. frugiperda. Observou-se que o 4º e o 5º ínstares larvais do hospedeiro apresentaram-se como os mais suscetíveis ao parasitismo. Consequentemente, procurou-se avaliar a carga parasitária (entre 1 e 3 larvas por lagarta) que "inoculada" nestes ínstares, maximizasse a viabilidade total de A. incertus. Paralelamente, procurou-se observar se a região de "inoculação" do parasitóide no corpo do hospedeiro (abdômen e pronoto) poderia influenciar a duração do ciclo biológico ou a viabilidade do parasitóide. A utilização de 2 larvas por lagarta no 5º ínstar de S. frugiperda resultou num maior número de parasitóides adultos, enquanto a região de "inoculação" de A. incertus no corpo do hospedeiro (abdômen e pronoto) não afetou os parâmetros biológicos avaliados. Estes experimentos foram conduzidos em câmara climatizada (temperatura: 25°C; UR: 70 ± 10% e 14 horas de fotofase). A ontogenia de A. incertus foi estudada em 6 diferentes temperaturas (18, 20, 22, 25, 30 e 32°C) utilizando-se câmaras climatizadas, com a finalidade de determinar-se o limiar de temperatura (temperatura base) e a constante térmica para as diferentes fases de desenvolvimento deste parasitóide, incluindo a verificação da condição mais adequada à criação do parasitóide. A metodologia deste estudo fundamentou-se nos parâmetros experimentais anteriores que apresentaram melhores resultados, isto é, 2 larvas por lagarta no 5° ínstar de S. frugiperda. A temperatura de 25°C foi a mais favorável para o desenvolvimento de A. incertus, sendo que esta variável também influenciou a longevidade de machos e fêmeas não acasalados. Observou-se que a quantidade de energia (GD) necessária para o desenvolvimento das fêmeas de A. incertus é um pouco maior do que a dos machos, explicando o intervalo registrado entre o início da emergência dos dois sexos. O modelo matemático proposto pela distribuição de Weibull ajustou-se às curvas de sobrevivência observadas para os adultos de A. incertus, mantidos sob temperaturas constantes e do laboratório, respectivamente. Machos e fêmeas de A. incertus copularam apenas sob incidência solar direta, estímulo necessário também para induzir a larviposição. As fêmeas parasitóides larvipositam mesmo na ausência de cairomônios, observando-se a larviposição média de 1392,28 larvas por fêmea. Após a 4ª - 5ª gerações de laboratório, A. incertus apresentou um desvio da razão sexual esperada, ocorrendo um aumento no número de fêmeas. O desenvolvimento de A. incertus, em condições de laboratório, mostrou ser altamente sincronizado com o de S. frugiperda.