Análise da adesão ao tratamento de terapia intravesical em pacientes portadores de câncer de bexiga atendidos em centro de referência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pinto Neto, Plinio Ramos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
BCG
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-03022023-113045/
Resumo: Introdução: O câncer de bexiga é a segunda neoplasia mais frequente no trato geniturinário e 80% dos pacientes apresentam-se com doença restrita à camada submucosa ao diagnóstico. Estes pacientes são classificados como portadores de câncer de bexiga não músculo invasivo. O tratamento destes pacientes se baseia na ressecção da lesão por via transuretral seguido de terapia intravesical por um período variável de tempo. Atualmente, podemos realizar instilações com o imunoterápico Bacillus de Calmette-Guérin (BCG) ou quimioterápicos. Os protocolos de terapia intravesical são longos, podem apresentar intervalos consideráveis entre as instilações e ainda há risco não desprezível de efeitos colaterais. Desta forma, supõe-se que vários fatores podem contribuir com a baixa aderência descrita na literatura a esta modalidade de tratamento. Objetivo: Avaliar o tratamento adjuvante com instilação intravesical de BCG ou Epirrubicina nos pacientes portadores de Câncer de Bexiga Não Músculo Invasivo no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Material e Métodos: Foi realizada análise retrospectiva de dados prospectivamente coletados em base de dados padronizada para doentes portadores de Câncer de Bexiga Não Músculo Invasivo submetidos a terapia intravesical com BCG e/ou Epirrubicina no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto entre janeiro de 2014 e janeiro de 2021. Foram levantados dados demográficos, oncológicos, anatomopatológicos e efeitos colaterais relacionados às medicações. Um total de 109 pacientes foram analisados. Nenhum paciente foi excluído do estudo. Resultados: Dos 109 pacientes do estudo, 74 eram do sexo masculino e 35 do sexo feminino. A mediana de idade foi de 67 anos com o interquartil variando de 76 a 60 anos. Os pacientes eram majoritariamente originários do estado de São Paulo (97,2%). Em relação a renda média durante a terapia intravesical 10 pacientes (14,3%) relataram não ter renda, 43 (61,4%) recebiam 1 salário mínimo, 8 (11,4%) recebiam 2 salários mínimos e 7 (12,9%) recebiam 3 salários mínimos ou mais. Quanto ao estadiamento 7,3% apresentavam lesão Ta de baixo grau, 33,9% Ta de alto grau, 9,2% T1 de baixo grau, 49,5% T1 de alto grau. Dos 50 pacientes tratados exclusivamente com BCG, 47 (94,0%) concluíram o esquema de indução, enquanto apenas 6 (12,0%) realizaram o esquema de manutenção de forma completa e 31 (62,0%) de forma incompleta. Outros 59 pacientes foram tratados exclusivamente com Epirrubicina, 48 (84,2%) realizaram o esquema de indução completo e 11 (18,6%) o fizeram de maneira incompleta. No esquema de manutenção 32 (54,2%) o fizeram de forma completa, 21 (35,6%) de forma incompleta e 6 (10,2%) não fizeram nenhuma aplicação do protocolo de manutenção. Os pacientes do estudo relataram ter apresentado disúria, dor pélvica e hematúria ao longo do tratamento em 45,6%, 19,1% e 17,9% das vezes. Após análise estatística identificamos que houve diferença significativa nos pacientes menores de 60 anos de idade que completaram o esquema de manutenção da Epirrubicina (p: 0,03), pacientes menores de 60 anos de idade que fizeram o esquema de manutenção do BCG de forma incompleta ou não realizaram (p: 0,008) e nível de escolaridade e o esquema de manutenção com Epirrubicina, especificamente no grupo sem escolaridade que realizou o esquema de forma incompleta (p: 0,03). Conclusão: O presente estudo evidenciou que a TI com BCG e Epirrubicina na população estudada apresentou altas taxas de aderência para os protocolos de indução e taxas compatíveis com as relatadas na literatura para os protocolos de manutenção.