Cinzas do passado: riqueza e cultura material no vale do Paraopeba/MG (1840/1914)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Martinez, Claudia Eliane Parreiras Marques
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-05072007-113720/
Resumo: Esta tese busca compreender a transformação da riqueza e da cultura material dos diferentes grupos sociais na transição do sistema escravista, em Minas Gerais. O vale do Paraopeba constitui o cenário principal da pesquisa realizada em 761 inventários postmortem. Outras fontes foram estudadas, como as listas nominativas de habitantes de 1831/32, o Censo Provincial de 1872, os relatórios de Presidentes de Províncias e os jornais contemporâneos. Um conjunto de fotografias referentes aos sobrados, fazendas, armazéns e utensílios de trabalho (rodas de fiar algodão, os teares e o carro-de-bois) também foi contemplado. Cabe ressaltar que a fiação e tecelagem desempenharam um papel fundamental, possibilitando à região um forte dinamismo no período escravista. Em função da presença expressiva de mulheres na indústria têxtil artesanal, a economia configura um diferencial que singularizou o tipo de produção e de mercado encontrados naquelas localidades. No entanto, outros ritmos e nuanças marcaram o final do século XIX brasileiro, em especial aqueles encontrados no Paraopeba. A mudança no sistema de mão de- obra, a dispersão da riqueza e, conseqüentemente, a alteração da cultura material constituem a problemática central que permeou toda a tese. Várias questões relacionadas à posse de escravos, à valorização das terras, ao fracionamento das propriedades, à dispersão das grandes fortunas depois de 1888, bem como alterações significativas no espaço interno e externo das moradias dos diferentes estratos sociais caracterizam as principais questões desenvolvidas neste trabalho. Para análise da cultura material considerou-se uma série de categorias, tais como o valor de uso, de troca, de posse e de seleção. Esses atributos permitiram perceber a representação cultural dos artefatos, a prática social, a simbologia, assim como permanências e alterações no padrão de conduta e no estilo de vida da sociedade paraopebana. Todas as análises desenvolvidas para o vale foram confrontadas com outras regiões, como a zona da mata mineira, as províncias (e depois estados) de São Paulo, do Rio de Janeiro, da Bahia, de Goiás e de Pernambuco. O estudo comparativo revelou singularidades e semelhanças que se estabeleceram na realidade mineira e brasileira antes e depois da Abolição dos escravos.