A transmissão psíquica e a constituição do vínculo conjugal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Paiva, Maria Lucia de Souza Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-16122009-112637/
Resumo: Na contemporaneidade, mulheres e homens estabelecem diversos tipos de vínculos amorosos. Já não podemos dizer que existe um modelo único de casamento e família, tampouco fazer previsões a respeito da durabilidade de uma relação matrimonial. Durante muitos anos os estudos acadêmicos focaram a questão do rompimento do vínculo conjugal. Este trabalho foi justamente realizado a respeito dos casais que permanecem casados por muitos anos. Assim, o objetivo geral desta tese foi estudar a transmissão psíquica entre as gerações e a interferência da mesma na constituição e manutenção do vínculo conjugal. Pretendemos entender as influências que os casais receberam das famílias de origem e como elas interferiram na possibilidade de o casal desenvolver uma identidade conjugal própria, enfocando tanto as influências conscientes como as inconscientes. Abordamos, então, o mecanismo de transmissão psíquica intergeracional e transgeracional na formação e manutenção do vínculo conjugal. Utilizamos a psicanálise como referencial teórico, mais precisamente as formulações teóricas de René Kaës. O método utilizado foi o clínico-qualitativo, proposto por Turato (2003). A pesquisa foi realizada com dois casais casados entre vinte e trinta anos e que não estavam em processo terapêutico. A coleta de dados foi feita por meio de entrevista semiaberta, com os dois em conjunto, e pela aplicação das pranchas 2, 4, 7RH, 7MF, 19 e 16 do Teste de Apercepção Temática, com cada cônjuge, separadamente. Com base no material coletado, evidenciamos a presença do declínio do masculino nas várias gerações das famílias de origem desses casais e apontamos para a transmissão psíquica transgeracional da fragilidade masculina. As principais conclusões indicam que as heranças psíquicas transgeracionais foram determinantes na constituição do vínculo conjugal para esses casais pesquisados e dificultaram o estabelecimento de uma identidade conjugal e familiar própria.