Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Thaina Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-09122024-095847/
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Resumo: |
O objetivo desta dissertação é investigar em que medida a raça influencia nas escolhas de viagem de turistas brasileiros em viagens domésticas. Na intersecção da Sociologia das Relações Raciais e da Sociologia do Turismo, este trabalho tem como sujeitos de pesquisa turistas brasileiros residentes em São Paulo. No início da investigação, o estudo partiu de duas hipóteses: a de que há uma diferença racial entre negros e brancos em relação ao acesso às viagens, e que isto pode ser demonstrado com pesquisas amostrais; e a de que as escolhas de turistas não só são informadas pela questão racial, como há assimetrias entre as possibilidades de escolha. Nesse sentido, o conceito de \"olhar do turista\", como processo de construção de repertórios que começa antes da viagem, contribui para a interpretação da escolha de viagem informada por dimensões da vida social como a questão racial. Argumenta-se que esse olhar do turista é atravessado pelos processos de racialização - dos turistas, dos espaços que frequentam e dos destinos. Para tanto, o estudo foi realizado por meio de uma abordagem metodológica mista conduzida em duas fases. A primeira fase, quantitativa, tratou de explorar a pesquisa domiciliar amostral \"Pesquisa de Orçamentos Familiares\" (POF) como fonte de dados secundários, utilizada com o intuito de compreender a circulação de viagens entre diferentes grupos raciais. A segunda fase consistiu em entrevistas semiestruturadas com turistas negros e brancos, com a finalidade de explorar as especificidades observadas em relação à escolha de viagem entre grupos raciais de turistas residentes em São Paulo, a partir de suas próprias percepções. As evidências sugerem que há diferença entre a circulação de turistas entre os grupos raciais, ainda que estejam no mesmo estrato de renda, principalmente ao analisarmos as viagens a lazer entre os grupos mais ricos. Além disso, defende-se que a raça informa não só as possibilidades de escolha como a própria aspiração da viagem como uma atividade de lazer possível. Discutem-se as estratégias utilizadas pelos turistas ao escolherem destinos nos quais não se sentem bem-vindos e de que maneira a classe, como categoria nativa, se manifesta persistentemente permeada por uma compreensão racializada de quem pertence ou não aos ambientes de turismo como o aeroporto e a rodoviária. Por fim, são apresentadas as formas pelas quais a viagem como \"sonho de consumo\" dialoga com as dinâmicas de mobilidade social ascendente e também é usada como recurso tanto de status, como de reconhecimento ao apoio de familiares durante suas trajetórias |