Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
Panaia, Carina Cella |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-12122008-143711/
|
Resumo: |
PANAIA, C. C. Crianças com queixa escolar: fatores de risco para desistência e abandono do atendimento psicopedagógico. 2007. 94 f. Dissertação (Mestrado) Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2007. Pesquisas mostram que existe uma grande procura de atendimento para crianças com queixa escolar em serviços públicos vinculados a área de saúde mental, assim como há uma elevada taxa de abandono das famílias nos atendimentos. Diferentes fatores estão associados ao término em diferentes momentos do atendimento. As famílias desistentes (que terminam antes de iniciar o tratamento) apresentam características diferentes das que abandonam (que terminam durante o tratamento). O objetivo deste trabalho foi verificar se há diferenças entre as famílias que seguem o atendimento infantil até a alta e aquelas que terminam em algum momento após a primeira entrevista. Foi realizado um estudo retrospectivo com dados de 258 crianças, com idade entre seis e onze anos, colhidos na primeira consulta no Ambulatório de Psicologia Infantil do HCFMRP USP. Foram utilizados dados sócio-demográficos e dados dos seguintes instrumentos: Raven, Escala Comportamental Infantil A2 de Rutter (ECI), Inventário de Recursos do Ambiente Familiar (RAF) e a Escala de Eventos Adversos (EEA) recentes. Para a análise, foram feitos dois conjuntos de comparações: a) entre o Grupo desistente (n = 41) e Grupo não desistente (n = 217); b) no Grupo não desistente, comparação entre o Grupo abandono (n = 107) e o Grupo alta clínica (n = 110). Os dados foram analisados em três blocos: a) variáveis sócio-demográficas; b) variáveis clinicas da criança; c) variáveis ambientais, considerando-se como índice de significância p 0,05. Os resultados mostraram que o Grupo Desistente, comparado ao Grupo Não Desistente, apresentou menor tempo de escolaridade, menos dificuldades cognitivas, menos problemas de comportamento, menor média de atividades programadas e, em relação aos eventos adversos experienciados pelas famílias, apresentou menor escore de eventos adversos recentes na vida pessoal da criança. O Grupo Abandono, em relação ao Grupo Alta Clínica, apresentou menor tempo de escolaridade, menores médias em relação à idade das crianças e dos pais e escolaridade do pai, mais prejuízo cognitivo; maiores escores em relação ao total de eventos adversos e às adversidades parentais recentes. Os dados apontaram que o Grupo Desistente tinha mais crianças nas séries iniciais - fase em que as dificuldades ainda não são tão evidentes - e poucos problemas comportamentais, fatores que podem levar a família a acreditar que as dificuldades da criança não demandam atendimento especializado. O Grupo abandono apresentou crianças mais novas, pais mais jovens e com menos escolaridade - condições preditoras de abandono, como corroborado pela literatura. O prejuízo cognitivo pode ter levado a família a não ter as expectativas supridas em relação à efetividade do tratamento. Além disso, a vivência de situações adversas dificulta o comprometimento dessas famílias no atendimento, constituindo uma condição de risco para abandono. Os resultados ressaltam a importância de se fazer a distinção entre as famílias desistentes e abandonadoras, a fim de buscar subsídios para uma maior retenção das crianças nos atendimentos ambulatoriais. Palavras-chave: saúde mental; tratamento de crianças; desistência; abandono. |