Toxicidade crônica de amostras ambientais do canal de São Sebastião, e de substâncias puras a Mysidopsis juniae (Crustacea: mysidacea)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Pedroso, Cintia Badaró
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
.
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-29082024-171457/
Resumo: O Canal de São Sebastião, desde 1969, abriga um terminal de carga e descarga de petróleo e derivados, e está periodicamente sujeito a derrames acidentais desses produtos, além de receber descargas de esgotos domésticos, o que provavelmente causa um impacto sobre a comunidade biológica presente nesse ambiente. Visando-se à análise da toxicidade crônica de amostras ambientais coletadas em locais que recebem maior afluxo de contaminantes, foram realizadas cinco campanhas de coleta que propiciaram a execução de testes de toxicidade crônica de curta duração com Mysidopsisjuniae (Crustacea: Mysidacea). Os organismos nascidos em laboratório de fêmeas coletadas em campo, foram mantidos sob condições laboratoriais até um pouco antes da fase de amadurecimento sexual, sendo então expostos às amostras ambientais até o aparecimento de ovos e/ou embriões no marsúpio das fêmeas, nos frascos-controle. Foram então analisados os efeitos dessas amostras sobre a sobrevivência, crescimento, através de medidas de comprimento e peso sêco, e fecundidade, através do número de fêmeas com ovos e/ou embriões no marsúpio. A fecundidade não foi utilizada como um parâmetro, pois não atingiu o valor mímmo de 50% nos controles de todos os testes. Os resultados obtidos inicialmente indicaram um efeito da alimentação sobre o desenvolvimento dos organismos, o que resultou na diminuição do tempo experimental total, de 14 dias de manutenção e 12 de teste, para 7 dias de manutenção dos organismos mais 11 dias de exposição às amostras. As amostras ambientais apresentaram pouco efeito tóxico, mas quando ocorreu, o mesmo foi mais frequente sobre o crescimento do que sobre a sobrevivência. O efeito de hormesis, que é caracterizado como um alimento da taxa de resposta a baixas concentrações de poluentes ocorreu no primeiro teste com amostras ambientais, em\' organismos expostos a amostras da estação A, que está localizada próxima ao oleoduto do complexo do pier petroleiro e possui como característica principal uma profundidade de coleta de 1,5m, quando comparada à profundidade das outras estações localizadas no pier, entre 22 a 27m. A mesma metodologia foi aplicada utilizando-se o zinco, cobre e amônia. O zinco não apresentou efeitos crônicos sobre os organismos, enquanto as respostas mais sensíveis para o cobre foram o comprimento e peso sêco, com valores iguais de toxicidade crônica, de 0,009mg/l, e para a amônia as respostas mais sensívéis, em um primeiro teste realizado, foram o comprimento e o peso sêco das fêmeas com mesmo valor crônico de 0,53mg/l, e em um segundo teste, a resposta mais sensível foi o comprimento, com um valor crônico de 0,15mg/l. Esses resultados indicaram que M.juniae apresenta sensibilidade, a esses tóxicos, ligeiramente maior do que a sensibilidade apresentada por M.bahia. Experimentos sobre o seu desenvolvimento indicaram que M.juniae apresenta um ciclo de vida com duração de 18 dias, a maturidade sexual é atingida por volta do 9º-11 dia, ovos foram observados no marsúpio no 11° e embriões no 14° dias, ocorrendo liberação dos jovens entre o 16°e 18° dias. Finalmente a metodologia do teste de toxicidade crônica de curta duração com M.juniae apresenta potencial de aplicação na avaliação e monitoramento de sistemas marinhos que apresentem pouca circulação de água, na determinação da toxicidade de efluentes industriais e substâncias puras, e na determinação de critérios máximos permissíveis de emissão de misturas complexas.