Família e transtornos alimentares: uma forma singular de estar no mundo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Grando, Lucia Helena
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7136/tde-19102006-123055/
Resumo: Trata-se de um estudo qualitativo, que teve como objetivos explicitar as representações de familiares de indivíduos portadores de transtornos alimentares acerca da anorexia e bulimia nervosas e analisá-las na perspectiva das ações e de cuidado que desenvolvem no convívio cotidiano com seus familiares doentes. Teve como cenário o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que é centro de referência no atendimento de pacientes com transtornos alimentares. A coleta de dados foi realizada com os familiares, mediante entrevista semi-estruturada, gravada e transcrita literalmente. Os princípios éticos de participação voluntária, esclarecida e consentida foram respeitados. A teoria das representações sociais foi utilizada como referencial teórico e os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Os depoimentos permitiram o conhecimento das representações que orientam as ações dos familiares na convivência com o familiar portador de transtorno alimentar. Nos depoimentos, a representação desse adoecer psíquico, ancorada principalmente nas perspectivas psicológica e social, é caracterizada por singularidades que mostram uma fragilidade psíquica, a qual, tanto favorece o aparecimento do transtorno, como se estrutura no curso do mesmo. Tal fragilidade tornaria as adolescentes vulneráveis aos processos de massificação e importação de modelos culturais hegemônicos decorrentes da globalização - o culto à beleza. Vivenciando a exclusão social, pontuada pela erosão nos relacionamentos e isolamento afetivo, esses familiares apontam uma vivência sofrida que lhes impõe carga objetiva e subjetiva, que se traduz numa tarefa difícil e desgastante que é o cuidado possível.