Biological evaluation of antimicrobial peptides isolated from the hemolymph of Triatoma infestans (HEMIPTERA:REDUVIIDAE) 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Diniz, Laura Cristina Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-17052021-084231/
Resumo: Resistência microbiana é um problema recorrente, que remonta das primeiras classes de antibióticos desenvolvidos, e que vem se tornando alarmante devido à velocidade e facilidade de surgimento de organismos (multi)resistentes. Com isso surge a preocupação com o quadro mundial e que vem associada à urgente necessidade de descoberta de novas moléculas antimicrobianas. Peptídeos antimicrobianos são moléculas que conseguem levar a morte células microbianas por mecanismos independentes de ligação sítio específicas, sendo interessantes moléculas alternativas aos antibióticos comerciais. Em trabalhos prévios do nosso grupo, foram identificados quatro peptídeos antimicrobianos da hemolinfa do inseto hematófago Triatoma infestans, identificados como Fibrinopeptídeo A humano, Triastina (antimicrobiano rico em glicina) e TRP1-TINF e TRP2-TINF (Peptídeos Relacionandos às Taquicininas). O trabalho apresentou três vertentes. Primeira: screening biológico para avaliação dos peptídeos supramencionados como possíveis novas drogas. Atividade anti parasíticas e antivirais foram avaliadas, aos quais as moléculas não se mostraram ativas, mesmo nas mais altas concentrações (FbPA 84 µM; Triastina 100 µM; TRP1-TINF 128 µM; TRP2-TINF 164 µM). Os peptídeos não apresentaram hemólise, mas apresentaram diferentes graus de toxicidade para células VERO (concentração inicial: 1000 M, 43% - FbPA, 16% Triastina e TRP11-TINF e 10% - TRP2-TINF). Nos ensaios in vivo em modelos de microscopia intravital, em [200 µM], o FbPA não induziu alterações de microcirculação, Triastina foi capaz de interromper o fluxo sanguíneo sem a formação de trombos e TRP1-TINF e TRP2-TINF apresentaram um padrão pró inflamatório. Em modelo zebrafish, [200 µM], onde o FbPA não pode ser testado, o peptídeo Triastina foi letal para 100% da amostragem de embriões em 48 hpf, TRP1-TINF foi letal para 100% da amostragem em 72 hpf e TRP2-TINF apresentou letalidade para 35% da amostragem, sendo que a maioria dos embriões vivos apresentaram malformações. Na avaliação de mecanismo de ação, o único peptídeo capaz de interagir com DNA foi o FbPA [≥60µM]. Na segunda vertente foi verificado o mecanismo pelo qual uma molécula humana se encontra presente na hemolinfa do inseto em questão. O FbPA sintético foi acoplado com o fluoróforo FITC e foi fornecido juntamente com a alimentação aos insetos. A fluorescência da hemolinfa dos insetos ingurgitados com a alimentação marcada foi comparada com a hemolinfa de insetos não alimentados, se mostrando significativa, sendo possível confirmar que a presença do FbPA humano na hemolinfa do inseto ocorre através de absorção intestinal. E finalmente, avaliando os criptídeos, foram identificados vários fragmentos com atividade antimicrobiana no intestino do inseto, provenientes de digestão da hemoglobina murina. Em conclusão o trabalho geral demonstrou que os peptídeos testados apresentam interessante atividade antimicrobiana e são potenciais novas drogas, mas necessitam de melhorias em relação a sua toxicidade. Foram demonstradas também duas fontes alternativas de antimicrobianos para insetos, sendo uma através de fragmentos provenientes de absorção intestinal e outra através da digestão do sangue ingerido.