Paracoccidioidomicose no sistema nervoso central: achados de imagem em ressonância magnética no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carvalho, Raphael Suano Rezende de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17158/tde-24082020-100553/
Resumo: Introdução: Paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença fúngica, endêmica na América Latina, causada por fungo do gênero Paracoccidioides spp. A contaminação ocorre pela inalação do fungo, frequentemente associado a manejo do solo contaminado. A doença inicialmente pode ser uma infecção pulmonar, seguida por disseminação linfática e hematológica. Há possibilidade de a PMC acometer múltiplos órgãos, sendo que em torno de 10% dos pacientes evoluem com acometimento do Sistema nervoso central (neuroparacoccidioidomicose - NPCM). Os sintomas neurológicos podem ser variados e inespecíficos, como, por exemplo, sinais meníngeos ou sinais de hipertensão intracraniana, o que se reproduz no estudo de imagem, muitas vezes. Na vigência da clínica neurológica, o paciente acaba sendo submetido a exame de imagem, preferencialmente à Ressonância Magnética (RM), sendo as apresentações mais comum a pseudotumoral e a meníngea. O diagnóstico de NPCM é difícil devido a baixa sensibilidade e especificidade de testes, alterações de imagens e achados clínicos, sendo este comumente síndrome isolada, sem sinais e diagnóstico prévio de acometimento de outro sistema pelo Paracoccidioides spp. Objetivo: Com a evolução dos métodos de imagens, objetivou-se no presente estudo, descrever os achados encontrados em RM de pacientes com diagnóstico de NPMC acompanhados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HC-FMRP). Materiais e Métodos: Foi feita uma análise retrospectiva de prontuários e exames de RM dos pacientes com diagnóstico confirmado de NPCM, no período entre 2002 e 2019, disponíveis no Sistema de Informações Hospitalares e no PACS (Picture and Archiving System), do HC-FMRP. Os dados clínicos e alterações de imagens foram catalogados com auxílio do software Microsoft Excel, posteriormente feitas as análises estatísticas correlacionando a frequência dos tipos de acometimento encontrado em NPCM. Adicionalmente, uma revisão da literatura foi realizada na base de dados PubMed, com os termos \"neuroparacoccidioidomicose\" e \"ressonância magnética\", limitando-se a publicações escritas em inglês e português. Resultados:O achado mais comum em ressonância magnética do encéfalo em neuroparacoccidioidomicose foi a forma pseudotumoral, somente dois pacientes não apresentavam tal forma, tinham lesões granulomatosas pequenas. O acometimento da leptomeninge foi evidenciado em dois pacientes, concomitantemente com lesão pseudotumoral. Ressalta-se que dos 12 pacientes estudados, apenas um era do sexo feminino, a idade variou dos 36 aos 78 anos no momento do exame. Dois pacientes apresentaram lesão única, foram os que geraram maior dúvida diagnóstica, sendo submetidos a biópsia da lesão cerebral. Conclusão: O diagnóstico de neuroparacoccidioidomicose é dependente da avaliação clínica em busca de sintomas sistêmicos e teste direto ou indireto para pesquisa do parasita. A ressonância magnética apresenta-se com um estudo complementar, mais relacionado a prognóstico e controle, não se devendo atrasar tratamento, seja ele clínico ou cirúrgico, dessa maneira, encontra-se um desfecho mais favorável.