Avaliação de risco ambiental em solos brasileiros de um herbicida em desenvolvimento para campos de cereais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pinto, Otavio Balderrama
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/64/64135/tde-16122010-103537/
Resumo: Um novo herbicida da classe das sulfonamida-triazolopirimidinas do grupo dos herbicidas inibidores da síntese do acetolactato (ALS) encontra-se em desenvolvimento. Trata-se de um herbicida ionizável, com caráter ácido fraco (pKa = 4,67). Sua solubilidade em água depende do pH do meio, trata-se de uma molécula hidroliticamente estável, sendo bastante suscetível à fotodegradação em meio aquoso. A fotodegradação em solo não é significativa. Neste estudo, avaliaram-se os potenciais de sorção, lixiviação e dissipação deste herbicida em quatro solos brasileiros: Gleissolo Melânico Alumínico típico (GMa), Latossolo Vermelho Distroférrico típico (LVdf), Neossolo Quartzarênico órtico típico (RQ) e Argissolo Vermelho eutroférrico chernossólico (PV). No estudo de sorção, as isotermas foram ajustadas através do modelo de Freundlich e os valores dos coeficientes de sorção (Kd) variaram de 0,5 a 22,4 mL g-1 indicando um potencial de sorção baixo a moderado. No estudo de mobilidade, nenhuma radioatividade foi observada nos lixiviados coletados até 48 horas nos solos GMa, LVdf e PV, no solo RQ detectou-se 2 % do aplicado. Os resultados de mobilidade comparativos sugerem que o herbicida seja classificado como moderadamente móvel pelo critério do Fator de Mobilidade Relativa (FMR) em todos os solos estudados. No estudo de dissipação, a taxa de transformação do herbicida em condições aeróbicas além da natureza e taxa de formação e declínio de produtos de transformação do herbicida foram acessados. Um modelo exponencial de primeira ordem foi utilizado para ajustar a dissipação do herbicida nos solos. A meia-vida do herbicida foi de 22, 15, 110 e 39 nos solos GMa, LVdf, RQ e PV, respectivamente. Uma avaliação de risco ambiental inicial do herbicida foi acessada pelo uso do método dos quocientes (RQ risk quotient), sendo risco = exposição/efeito. A exposição é representada pela Concentração Ambiental Esperada (CAE) e foi avaliada nos compartimentos ambientais solo, águas superficiais e águas subterrâneas. Os cálculos de CAE foram obtidos por avaliação de cenários simples do tipo pior caso nos diferentes compartimentos e pelo emprego dos modelos matemáticos GENEEC e SCIGROW para águas superficiais e subterrâneas, respectivamente. Na estimativa do efeito, usou-se os valores limite (endponts, exemplos: EC50, NOEC) disponíveis para diferentes organismos representantes dos diferentes compartimentos ambientais estudados. O resultado do quociente exposição/efeito foi comparado com os níveis de preocupação (LOC level of concern) empregados pelo EPA para avaliação do potencial risco do uso deste herbicida para os diferentes organismos representativos dos diferentes compartimentos ambientais estudados. Assumindo o pior cenário (menor valor de Kd e maior valor de DT50), as estimativas das CAEs foram baixas e iguais a 0,024 mg kg-1 no solo, a 0,0008 mg L-1 na água superficial e a 0,04 \'mü\' L-1 na água subterrânea. Os valores de RQ obtidos (< 1 e inferiores aos respectivos LOCs) indicaram baixo potencial de risco do uso deste herbicida para os diferentes organismos, representativos dos diversos compartimentos ambientais estudados