Avaliação do efeito da crotoxina isolada do veneno de Crotalus durissus terrificus sobre a ativação de linfócitos B e resposta imune humoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Tallita Aurea dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42133/tde-27042022-162028/
Resumo: Moléculas de origem animal com atividade imunomoduladora tem sido alvo de inúmeros estudos devido seu potencial terapêutico. O envenenamento pela cascavel Crotalus durissus terrificus apresenta como características a baixa resposta inflamatória local, porém ações sistêmicas. Somado a isso, este veneno induz baixa produção de anticorpos contra seus componentes, assim como contra um antígeno heterólogo. A crotoxina (CTX) é o componente majoritário deste veneno e, dentre suas atividades biológicas está a ação imunomoduladora. Nós temos estudado o efeito modulador da CTX sobre a imunidade adaptativa. Com relação à imunidade humoral, em estudo anterior foi verificado que a administração da CTX antes ou após a imunização de camundongos com a albumina humana (SAH) na presença de adjuvantes distintos resulta na inibição da produção de anticorpos anti-SAH. Considerando que os linfócitos B são responsáveis pela produção dos anticorpos antígeno-específicos e pela memória imunológica humoral, neste projeto estudamos o efeito da CTX sobre a produção de anticorpos anti-ovalbumina (OVA) e sobre os linfócitos B in vivo, assim como a ativação dessa população celular in vitro. Para isso, avaliamos a produção de anticorpos anti-OVA em diferentes períodos após a imunização dos camundongos com OVA adsorvida em Alum e que receberam ou não a CTX e ainda, as populações de linfócitos B presentes nos linfonodos drenantes do sítio de imunização desses animais. Além disso, estudamos o efeito direto da CTX sobre a ativação e proliferação das células B incubadas com estímulos mitogênicos in vitro. Os resultados permitiram verificar que a administração da CTX resultou em menor produção de anticorpos IgM, IgG1 e IgG2a anti-OVA em relação ao obtido nos animais apenas imunizados com a OVA, além disso verificamos menor porcentagem das populações de células B. Os resultados obtidos sugerem também que a CTX inibe a população de células CD4&#43CXCR5&#43 nos animais imunizados com OVA. Por outro lado, verificamos que a produção de anticorpos anti-OVA em animais imunizados 90 dias antes e que receberam ou não a CTX foi semelhante. Em experimentos in vitro, verificamos que a CTX não induz morte dos linfócitos B, no entanto, foi capaz de inibir a proliferação de células B incubadas com LPS na presença ou não de anti-CD40 ou ainda, incubadas com anticorpos anti-IgM e anti-CD40. Observamos também que a CTX inibiu a expressão das moléculas CD80 e CD86 nos linfócitos B incubados com LPS e anti-CD40. Além disso, verificamos que a CTX potencializou a expressão de IL-10 em células CD19&#43 incubadas com LPS in vitro. Portanto, o conjunto de resultados obtidos demonstra que a CTX é capaz de atuar diretamente sobre os linfócitos B interferindo na sua ativação, proliferação e produção de anticorpos frente a um estímulo heterólogo como a OVA ou mitogênico.