Avaliação da expressão dos genes homeobox em células de carcinoma mucoepidermoide tratadas com cisplatina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cordeiro, Robson dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23154/tde-30042019-155201/
Resumo: O carcinoma mucoepidermoide (CME) é a neoplasia maligna de glândula salivar mais comum, e com maior frequência de metástase linfonodal. Alterações genéticas estão intimamente associadas à carcinogênese e, também, aos processos de metástase tumoral. Para o CME o tratamento de escolha mais aplicado hoje é a cirurgia seguida de radioterapia, pois a quimioterapia não tem mostrado muita eficiência para o tratamento destas neoplasias. Entre os quimioterápicos mais prescritos para o tratamento de cânceres encontra-se a cisplatina, à base de platina, que atua no DNA da célula, induzindo a apoptose. Pouco se sabe a respeito de seu mecanismo de ação sobre o CME, inclusive sobre os genes homeobox. Estes genes compreendem uma família grande e essencial de reguladores do desenvolvimento que são vitais para o crescimento e diferenciação celular, e a expressão anômala destes genes têm sido implicados na carcinogênese. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a expressão dos genes homeobox em células derivadas de carcinoma mucoepidermoide tratadas com cisplatina. Os genes avaliados neste trabalho foram: PROX1, MEIS1, HOXB5, HOXB7 e HOXB9 por RT-qPCR. Previamente, as linhagens celulares derivadas de carcinoma mucoepidermoide UM-HMC1 UM-HMC2 e UM-HMC3A foram tratadas com a cisplatina por 24h e posteriormente submetidas aos ensaios de RT-qPCR. Adicionalmente, as amostras tratadas e sem tratamento foram analisadas pelo ensaio de formação de esferas e ensaio de ferida para verificar o efeito da cisplatina sobre propriedades relacionadas às células quimiorresistentes (putativas células tronco tumorais). Como resultados, entre os genes analisados foram expressos PROX1, MEIS1 e HOXB7. A UM-HMC3A apresentou maior expressão destes genes que as demais linhagens. Os genes HOXB5 e HOXB9 não foram expressos nas linhagens analisadas. A cisplatina reduziu a expressão de MEIS1 e aumentou a expressão de HOXB7, em todas as linhagens. O gene PROX1 apresentou expressão variável entre as linhagens, sendo expresso na UM-HMC1 apenas quando são tratadas com cisplatina e reduzido nas UM-HMC2 e UM-HMC3A tratadas. O número de esferas formadas não apresentou diferença significativa para UM-HMC1 e UM-HMC3A, o número de esferas aumentou na linhagem UM-HMC2 tratada com cisplatina. No ensaio de ferida, a cisplatina foi capaz de reduzir a migração celular em todas as linhagens quando comparadas com seus controles. Os resultados sugerem que o PROX1 e HOXB7 podem estar relacionados com carcinomas mucoepidermoides mais invasivos, enquanto que o MEIS1 pode estar relacionado à carcinogênese e autorrenovação tumoral. A cisplatina é capaz de afetar a expressão dos genes homeobox PROX1, MEIS1 e HOXB7, os quais foram encontrados nas linhagens de carcinoma mucoepidermoide analisados. A cisplatina não afeta as células formadoras de esferas, mas reduzir a migração das linhagens de carcinoma mucoepidermoide.