Dois modos de ler: o poder de aferição da crítica materialista em Raymond Williams e Roberto Schwarz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Morelli, Adriana Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-28052010-113157/
Resumo: O objeto de estudo deste trabalho são as obras The Country and the City, de Raymond Williams, publicada em 1973, e Duas Meninas, de Roberto Schwarz, de 1997. Na primeira, o foco incide principalmente sobre a obra de Thomas Hardy e o romance Jude, the Obscure, autor de fundamental importância para Williams; na segunda, em Dom Casmurro, de Machado de Assis, e em Minha Vida de Menina, de Helena Morley. A partir da premissa de que a crítica de arte pode e deve ser um instrumento de aferição social, tanto Williams quanto Schwarz questionam os pressupostos da cultura hegemônica e da tradição literária, com consequências não só para a literatura como também para a sociedade. Em Cambridge, Williams constata um problema de perspectiva histórica na representação do meio rural, ligado à ideologia que sustenta o sistema capitalista no centro, cujo avanço e democracia acredita serem questionáveis. No Brasil, na periferia do capitalismo, Roberto Schwarz detecta a reposição do atraso, por vezes aparentemente em vias de ser superado, como constata a partir das dinâmicas sociais explicitadas em Minha Vida de Menina. Assim, esta tese discute os pressupostos teóricos de Williams e de Schwarz, com a finalidade de explicitar os modos como os dois críticos leem a literatura, a sociedade e a tradição. O objetivo é o de demonstrar que a crítica literária pode ser uma ferramenta de produção de conhecimento, e que, vistos pelo olhar desses críticos, Brasil e Inglaterra, centro e periferia do capitalismo, têm muito a revelar um sobre o outro.