Avaliação e proposta de reestruturação do sistema de vigilância da raiva humana, canina e felina no Estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Martins, Camila Marinelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10134/tde-17092015-111748/
Resumo: O Estado de São Paulo encontra-se em uma situação epidemiológica da raiva humana, canina e felina que permite a declaração de área livre de raiva humana transmitida por cães (AgV-2). Entretanto, a vigilância precisa ser avaliada e capaz de detectar a doença com velocidade e sensibilidade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a situação epidemiológica da raiva, o seu sistema de vigilância e propor uma reestruturação com base em vigilância baseada em risco. A situação epidemiológica foi avaliada de maneira descritiva. A avaliação foi realizada com o guia de avaliação de sistemas de vigilância do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. A proposta de reestruturação foi realizada com árvores de cenários da sensibilidade do sistema e uma proposição, com cálculos de probabilidade, de amostragem para maximizar tal sensibilidade. A situação epidemiológica mostrou que não houve casos de raiva humana entre 2003 e 2013 e que os casos em cães e gatos são esporádicos, dispersos no tempo e no espaço e ocasionados pelas AgV-3 e AgV-4, não sendo registrados casos pela AgV-2 também há mais de dez anos. Para cães e gatos, a vigilância foi dependente de estrutura específica dos serviços locais para enviar amostras de cérebro para os laboratórios (baixa simplicidade). Os veterinários privados tiveram baixa participação e percepção sobre o sistema (baixa aceitabilidade). A área sem vigilância em cães cresceu 30% entre 2003 e 2013 (baixa representatividade). Recebendo cães com sintomas associados à raiva, 39% dos serviços locais e 72% dos veterinários privados não suspeitaram de raiva em 2012 (baixa sensibilidade). O tempo entre o início dos sintomas e o resultado laboratorial dos cães suspeitos, em 2012 e 2013, foi, em média, 25 dias (baixa oportunidade). Os indicadores mostraram que o sistema tem baixa capacidade de detectar a doença precocemente. Se os esforços de amostragem para vigilância em cães forem direcionados aos animais com sintomas neurológicos (mesmo os inespecíficos de raiva), em ação conjunta entre médicos veterinários privados e serviços locais de controle de zoonoses, a sensibilidade do sistema chegaria ao máximo, utilizando-se da estrutura laboratorial de diagnóstico já existente.