Uso de métodos de fluorescência a laser e birrefringência no diagnóstico diferencial de lesões cariosas ICDAS escore 3

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Dantas, Ruth Venâncio Fernandes
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Birefringence; Birrefringência; Cárie Dentária; Dental Caries; Fluorescence; Fluorescência; Optical Coherence; Tomografia de Coerência Óptica; Tomography
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23134/tde-11062024-115038/

O objetivo deste estudo foi avaliar se três métodos de detecção de cárie seriam capazes de auxiliar no diagnóstico diferencial de lesões cariosas classificadas de acordo como Sistema Internacional de Detecção e Avaliação de Cárie (ICDAS) escore 3. Três avaliadores independentes e calibrados (Kappa=0,89) avaliaram criteriosamente 50 dentes e classificaram os tecidos dentários em: hígido; com mancha branca ou cavitado. Os dentes foram limpos, fotografados, imersos na água destilada e armazenados em refrigerador por 24h previamente à realização de cada teste. A fluorescência foi mensurada por meio do dispositivo DIAGNOdent 2190 (Kavo, Biberach, Alemanha), previamente calibrado. Foram realizadas três medidas de fluorescência em cada tecido dentário e obtida a média dos resultados, sendo categorizados de acordo com escala disponibilizada pelo fabricante do aparelho. Três elementos dentários foram excluídos por terem sido classificados como hígidos após as leituras. Para a análise com OCT os 47 espécimes foram mantidos úmidos em água destilada para evitar o ressecamento e proporcionar uma leitura adequada. As medidas foram realizadas por meio da régua disponibilizada pelo programa (ThorImageOCT, Versão 5.4). Os parâmetros utilizados foram padronizados: a distância entre a amostra e a sonda do OCT (25 mm); a medição das áreas de refletividade feita por um único operador previamente calibrado e a leitura na mesma região de fóssulas e fissuras. Após seccionamento longitudinal nas áreas cavitadas, os espécimes foram classificados visualmente em leve (lesão restrita ao esmalte), moderada (lesão envolvendo a JAD e metade externa da dentina) e severa (lesão envolvendo a JAD e metade interna da dentina). Os dados foram analisados por meio do software estatístico Jamovi versão 1.6 (Sidney, Austrália). As amostras seccionadas, com lesões de cárie, foram classificadas clinicamente de acordo com sua intensidade em leve (42,55%), moderada (34,04%) e severa (23,4%). Os valores médios do pico de fluorescência para cada uma das classificações mencionadas anteriormente foram: leve (58,20 ± 20,26), moderada (69,25 ± 15,59) e severa (74,64 ± 9,33), havendo diferença estatisticamente significante (p<0,001) entre os diferentes tipos de substrato avaliados. Esse método apresentou correspondência de 94% em relação ao ICDAS após os dentes seccionados. Os valores médios de birrefringência foram: leve (2,98 ± 0,54), moderada (2,92 ± 0,42) e severa (3,25 ± 0,38). Os métodos utilizados foram capazes de diferenciar os dentes cariados dos não cariados em 94% dos casos. A correlação de Pearson mostrou significância para as análises em tecido cariado (p<0,001), mancha branca (p=0,038) e para tecido hígido (p=0,050). Houve correlação entre a fluorescência e birrefringência, considerada moderada para as análises realizadas em tecido cariado (R=0,514) (p<0,001). Os dois métodos de diagnóstico de cárie avaliados neste estudo foram capazes de detectar e diferenciar os tecidos dentários em lesões de ICDAS 3 auxiliando no diagnóstico diferencial das mesmas.