Efeito da exposição in vitro à bifenila policlorada nº 126 em células 3T3-L1

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cruz, Wesley Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-26022016-090754/
Resumo: A bifenila policlorada n° 126 (3,3\',4,4\',5-Penta-cloro-bifenil, PCB126) é um poluente orgânico persistente (POP), tóxico para os seres vivos. Recentemente, a associação entre a exposição aos POPs e doenças metabólicas têm sido descrita. No entanto, os mecanismos desta toxicidade não estão esclarecidos. Desta forma, este trabalho visou elucidar os efeitos da exposição ao PCB126 sobre pré-adipócitos da linhagem 3T3-L1, diferenciados ou não, focando nos mecanismos de morte celular, proliferação, diferenciação e metabolismo. O PCB 126 foi diluído em DMSO (0,13%). Células 3T3-L1 foram mantidas em meio Dulbecco\'s modified Eagle\'s (DMEM, 5% de CO2 a 37ºC) e sua diferenciação foi realizada pela incubação com solução contendo coquetel adipogênico durante 10 dias. As células foram incubadas com diferentes concentrações de PCB126, DMSO (0,13%) ou DMEM. Células não diferenciadas foram empregadas em ensaios de viabilidade, morte, proliferação, ciclo celular, fragmentação do DNA (citometria de fluxo) e ensaios de produção de espécies reativas de oxigênio (ROS, espectrofotometria de fluorescência). Células diferenciadas foram empregadas para quantificação dos mediadores inflamatórios (ELISA), acúmulo de triglicérides intracelulares (Oil red, microscopia de luz), produção de óxido nítrico (NO, reação de Greiss), expressão do receptor de aril hidrocarboneto (AhR, WB) e do proliferador de peroxissoma (PPAR-γ, WB). Os resultados obtidos mostraram que a exposição ao PCB126 (10, 30 ou 100µM; 24, 48 ou 72 h) não alterou a viabilidade e proliferação celular; reduziu a porcentagem de células em apoptose (30, 100µM; 24 ou 72 h); não alterou o ciclo celular (10, 30 ou 100µM; 24 ou 72 h); induziu a fragmentação do DNA (10, 30 ou 100µM; 24h); não induziu a geração de ROS (30, 100µM; 24 ou 72 h); induziu a produção de NO (300µM; 24 ou 72h); não alterou a secreção do fator quimiotáxico para monócito (MCP-1); aumentou a secreção do fator de necrose tumoral (TNF-α; 100 ou 300µM, 72 h) e da interleucina 12 (IL-12; 300µM, 72 h); reduziu a secreção de interleucina 1β (IL-1β, 300 µM, 72 h) e de interleucina 10 (IL-10; 300µM; 24h, 100 ou 300µM; 48 h; 100µM, 72 h); aumentou a expressão de PPARγ (100 ou 300µM, 24h; 300µM, 72h) e de AhR (300µM, 72h); aumentou a concentração de triglicérides intracelulares (100 ou 300µM; 24, 48 ou 72h). Em conjunto, os resultados obtidos mostram as ações diretas do PCB126 em células 3T3-L1 envolvidas na adipogênese, o que reforça, embora que em ensaios in vitro, o papel desta classe de poluentes na obesidade.