Seletividade de inseticidas ao parasitoide Cotesia flavipes (Hymenoptera: Braconidae): implicações no manejo de Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Matioli, Thaís Fagundes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-17072018-135004/
Resumo: Diatraea saccharalis (Fabricius) é a principal praga da cultura da cana-de-açúcar, causando danos diretos e indiretos, e seu controle é, em grande parte, realizado por liberações massais do endoparasitoide Cotesia flavipes (Cameron). Entretanto, o uso de inseticidas sintéticos por meio de aplicações foliares para controle da praga antes de sua entrada no colmo tem sido intensificado no Brasil. Nesse contexto, objetivou-se com o presente estudo, avaliar a toxicidade e a persistência dos principais inseticidas utilizados na cultura para controle de D. saccharalis pelo contato residual em folhas tratadas nas maiores concentrações de campo, conforme classificação da IOBC/WPRS. Os tratamentos foram clorantraniliprole (Altacor® 350 WG), lambda-cialotrina + clorantraniliprole (Ampligo® 150 SC), clorfluazuron (Atabron® 50 EC), triflumuron (Certero® 480 SC), lambda-cialotrina + tiametoxam (Engeo™ Pleno), tebufenozide (Mimic® 240 SC), novaluron (Rimon® 100 EC) e controle (água destilada). Em laboratório, discos da folha de cana-de-açúcar foram colocados em placas de Petri contendo uma solução composta por [água:ágar] e pulverizadas em torre de Potter, conforme recomendações da IOBC/WPRS. Após 2 h da aplicação, adultos de C. flavipes foram anestesiados com CO2 por 10 segundos e introduzidos em cada placa. Para avaliação da persistência, plantas de cana-de-açúcar foram pulverizadas com os tratamentos até o ponto de escorrimento em casa de vegetação. Aos 5, 15 e 30 dias após aplicação (DAA) foram coletadas as folhas e discos das folhas foram colocados em placas de Petri contendo uma solução composta por [água:ágar]. Para cada dia de avaliação, adultos de C. flavipes foram anestesiados com CO2 por 10 segundos e introduzidos em cada placa contendo os tratamentos. Tanto para o experimento em laboratório como para o de persistência, avaliaram-se os efeitos letal (após 24 h) e subletais da geração maternal e subletais das gerações F1 e F2. As placas foram acondicionadas em sala climatizada com temperatura de 25 ± 2 °C, UR 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. Após avaliação da toxicidade aguda, os inseticidas Altacor® 350 WG, Atabron® 50 EC, Certero® 480 SC, Mimic® 240 SC e Rimon® 100 EC foram classificados como inócuos (classe 1) e vida curta (classe 1). Entretanto, Altacor®, Atabron®, Certero® e Rimon® causaram redução no tamanho da tíbia posterior de fêmeas da geração F1, Rimon® reduziu a razão sexual e Atabron® reduziu o peso das massas de casulos da geração F2. Os tratamentos Ampligo® e Engeo™ Pleno causaram 100% de mortalidade após 2 h da aplicação, sendo classificados como nocivos (classe 4) e em bioensaio de semi-campo como persistentes (classe 4). Portanto, apenas Mimic® pode ser recomendado para controle de D. saccharalis em associação com o controle biológico com liberações de C. flavipes. Os inseticidas enquadrados nas classes 4, nocivos ao parasitoide, devem ser estudados em testes de campo para confirmação da toxicidade.