Desenvolvimento e validação de um índice de multimorbidade para idosos e seu uso no prognóstico de declínio funcional em três anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rangel, Luis Fernando
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-13042023-123346/
Resumo: INTRODUÇÃO: Multimorbidade é um tópico essencial a ser explorado com o propósito de melhorar o manejo de doenças crônicas. É premente aferir multimorbidade para analisar seus efeitos e estabelecer evidências científicas apropriadas em pacientes com múltiplas condições clínicas, no entanto não há modelos universalmente aceitos, particularmente os relacionados a declínio funcional. Esta tese teve por objetivo criar um índice de multimorbidade com o propósito de predizer declínio funcional. MÉTODOS: Pacientes do ambulatório geral de geriatria do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foram sequencialmente recrutados para uma avaliação global do idoso e foram seguidos por três anos, com reavaliações telefônicas a cada três meses no primeiro ano e a cada seis meses subsequentemente, pesquisando desfechos de óbito e declínio funcional, definido como a perda de pelo menos uma atividade básica de vida diária. Dados de multimorbidade foram obtidos por meio da revisão dos prontuários dos indivíduos no início do estudo, a partir de uma lista de condições clínicas resultante de um estudo piloto no qual foram incluídas condições com prevalência de pelo menos 5%. Os algoritmos de aprendizado de máquina Boruta e Regressão LASSO foram utilizados para selecionar um subgrupo ótimo de condições a serem incorporadas na nova medida. Para definição dos pesos de cada condição clínica foi realizada uma análise de sobrevida de riscos competitivos que teve tempo livre de declínio funcional em atividades básicas de vida diária como desfecho. RESULTADOS: 1269 indivíduos com idade média de 81±7,5 anos foram incluídos no estudo, a maior parte mulheres (70%), com número médio de 8,4±3,1 condições clínicas e 0,8±1,3 incapacidades para atividades básicas de vida diária no início do estudo. Durante o seguimento 59% evoluíram com declínio funcional. As afecções selecionadas para o modelo foram transtorno neurocognitivo maior, doença cerebrovascular, doença cerebrovascular com hemiplegia, osteoporose com fratura patológica, Parkinsonismo, insuficiência cardíaca, doença ulcerosa péptica, incontinência urinária, constipação, doença renal crônica e doença arterial periférica. Nesta nova escala duas condições tiveram peso 2 cada, transtorno neurocognitivo maior e Parkinsonismo, e o restante das condições peso 1 cada. O novo instrumento teve boa capacidade de discriminação com uma área sobre a curva ROC de 0,71 em comparação com 0,53 do escore de Charlson (com p significativo de 0,01 na comparação entre as curvas ROC). O novo índice apresentou bom desempenho na calibração e foi associado a velocidade de marcha e tempo no teste de sentar-levantar cinco vezes da cadeira, e teve discriminação melhor que a força de preensão palmar e o teste de levantar-sentar da cadeira na análise post hoc. CONCLUSÕES: Este estudo elaborou um novo índice de multimorbidade com capacidade para prognosticar declínio funcional em três anos