Compositoras brasileiras e o processo de criação musical: uma análise aplicada à musicologia de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moiteiro, Rita de Cássia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27157/tde-25112015-110952/
Resumo: O objetivo do presente trabalho é demonstrar como se estabeleceram as relações de gênero nos processos de criação musical ao longo da história, e a oposição das mulheres compositoras em relação à dominação masculina, termo cunhado por Pierre Bourdieu, trazendo à tona questões como a visão androcêntrica, legitimadora das práticas de submissão feminina, bem como a dominação simbólica, pela qual as mulheres incorporam as relações de poder e reconhecem a sua submissão a um agente dominante. Ao analisar os papéis sociais desempenhados pelas mulheres, identifica-se que suas práticas cotidianas estão calcadas na visão androcêntrica, e que a estrutura patriarcal está presente tanto na esfera social como na esfera política e econômica. Ao longo da dissertação, foram também abordadas questões relacionadas à temática de gênero, através da análise de literaturas em outros campos do conhecimento humano. Em face ao alijamento da mulher na criação musical, detectar as composições ditas do universo feminino traz uma grande contribuição para a história da música e análise musical. Partindo do referencial da nova história, cuja contribuição consiste em questionar as categorias de dominação a partir das quais a história foi constituída, surge a questão: como analisar o contexto histórico musical partindo da experiência composicional feminina? Sobre a questão, é oportuno mencionar o que Joan Scott ressalta: que, ao se incluir à história a versão feminina, tem-se um novo entendimento daquela que os historiadores apontavam como a verdade total. Nesse sentido, Pilar López e Lucy Green também defendem que a mulher teve uma trajetória de muita luta para compor gêneros musicais que não aqueles preestabelecidos pela sociedade dominadora, ou seja, para criar obras ditas complexas, atividade que era considerada própria do universo masculino. Apesar dos obstáculos que a mulher teve de enfrentar no âmbito da criação musical, e de muitas compositoras terem criado peças ligadas mais à educação musical ou canções para poucos instrumentos, como piano e canto, algumas delas conseguiram compor obras mais complexas.