Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Tavares, Karen Graziele |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48138/tde-22012025-125027/
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Resumo: |
O discurso pedagógico hegemônico estrutura o imaginário social pelo do viés do desenvolvimento naturalista de crianças no qual participam não só educadores, como também todos os profissionais cuja atuação gira em torno da escolarização das crianças (Lajonquière, 1999), como por exemplo, nas equipes interdisciplinares de acompanhamento escolar. Esse discurso produz efeitos significativos ao ato de educar, na medida em que, determina uma adequação e padronização de comportamentos e aprendizagens, em uma tentativa de antecipar e prever os efeitos da educação, demandando, consequentemente, por intervenções técnicas de profissionais da saúde na tentativa de equacionar o problema chamado de fracasso escolar. Na história da psicologia encontramos fundamentos que sustentam a prática de psicólogos ainda nos dias de hoje, especialmente no que diz respeito ao que se espera da criança e da utilização de recursos de psicometria e avaliações psicomaturacionais para tipificar comportamentos e habilidades dos alunos aos quais os professores se queixam de não ter controle. A ideia de ilusão (psico)pedagógica, tal qual Leandro de Lajonquière (1999) postula, insiste em um controle de corpos, em conformar comportamentos, nivelar aprendizagens, em um ideário cientificista médico sanitário, desconsiderando uma experiência educativa fundada no desejo e transformando-a em um fato de difícil acontecimento. Consideramos nessa escrita que a educação diz respeito a uma conquista de um lugar de sujeito, situado em um tempo e espaço determinados e, de uma narração que inclui a criança em uma história que está em curso (Lajonquière, 1999). Portanto, reconhecemos que quando existe um sujeito, existe um desejo e diante dele é impossível construir uma única resposta conclusiva. Por esta razão, quando se renuncia ao ato de educar deixa-se brechas para que tamponamentos ocorram e para que o endereçamento do professor ao aluno seja atravessado, inclusive pelos especialistas. Porém, educar, implica o desejo de professar, de dar testemunho, de endereçar uma palavra à criança e estar à disposição para que ela faça suas próprias suposições e construa um saber. À vista disso, busca-se nessa dissertação interrogar uma prática profissional em psicologia referida na psicanálise no campo da educação junto a uma equipe interdisciplinar de acompanhamento escolar, refletindo acerca das intervenções e também a respeito das queixas e demandas dos educadores, reconhecendo a influência do discurso pedagógico hegemônico acerca do ato de educar e seus efeitos. |