Cadastrar, incluir e proteger: as malhas da assistência social na fronteira Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cunha, Flávia Melo da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-19042021-132559/
Resumo: A tese é dedicada ao estudo de práticas e relações concernentes ao Programa Bolsa Família em cidades brasileiras localizadas na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia. No intuito de refletir sobre produções de gênero e estado na fronteira, descreve a assistência social como uma tecnologia de governo - a malha assistencial - praticada principalmente por mulheres. Abrangeu o estudo de normativas institucionais e de dados coletados nas redes sociais, entrevistas e observação participante em diferentes instâncias e serviços da rede socioassistencial. Deste ponto de partida, percorreu linhas de vida de mulheres \"beneficiárias\" e \"agentes\" da política de transferência de renda. O emaranhado composto por linhas de vida, processos de formação de estado e formas de governo demandou um esforço analítico autorreflexivo, do que resultou a reivindicação de uma teoria etnográfica mestiza localizada no entrelugares: uma experiência cognoscente ambivalente que entrelaça processos de vida e de pesquisa. Está organizada em três partes: Caminhos, Fronteiras e Malhas. A primeira parte delineia os caminhos da pesquisa e os pressupostos da teoria etnográfica mestiza. A fronteira Amazônia e suas formas de governo generificadas são o objeto da segunda parte que aborda a militarização, a missionação religiosa e a assistência social como formas de presença de estado na região. Os fazeres de \"agentes da assistência social\" são a matéria prima para a descrição de modos de atuação da assistência e da pobreza, consideradas objetos múltiplos. Nelas, as categorias de ação cadastrar, incluir e proteger são fulcrais. A descrição e análise do governo das mulheres na fronteira por meio da malha assistencial permitiu acessar, de uma perspectiva generificada, processos de estado e de fronteirização pouco considerados em estudos sobre a região amazônica entendida, também ela, como uma fronteira: limite nacional, frente de expansão, mas também lugar de relações e de socialidades duradouras constitutivas de um complexo urbano transfronteiriço.