Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Mendes, Pedro Vitale |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-04042022-153415/
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Resumo: |
Introdução: A circulação por membrana extracorpórea veno-venosa (do inglês Extracorporeal Membrane Oxygenation - ECMO -) como suporte respiratório é caracterizada pela oxigenação sanguínea e remoção de gás carbônico através do bombeamento mecânico do sangue através de uma membrana onde ocorre a difusão dos gases. Contudo, vale ressaltar que o pulmão ainda mantém um importante papel na pressão arterial dos gases, funcionando como um segundo oxigenador, em série à ECMO. Em condições patológicas, a resposta adaptativa da circulação pulmonar frente a um desacoplamento entre ventilação e perfusão (V/Q) consiste na vasoconstrição de regiões pulmonares pobres em oxigênio, redirecionando o fluxo sanguíneo a regiões normalmente ventiladas com consequente atenuação do distúrbio V/Q. O principal modulador desta vasoconstrição pulmonar adaptativa é a própria pressão parcial de oxigênio local, através da Pressão Venosa de Oxigênio (PvO2) e da Pressão Alveolar de Oxigênio. Neste contexto, o uso da oxigenação por circulação extracorpórea tem o potencial de reduzir esta resposta adaptativa pulmonar e agravar o distúrbio V $Q ao elevar a PvO2. Assim, o objetivo deste estudo consiste em avaliar o efeito do suporte extracorpóreo e consequente aumento da PvO2 na perfusão pulmonar e hemodinâmica pulmonar em situações de hipoxemia e distúrbio V/Q. Métodos: Cinco suínos receberam monitorização e foram canulados para o suporte extracorpóreo. Utilizamos a Tomografia de Impedância Elétrica (TIE) para avaliar a ventilação e perfusão pulmonar ao longo das etapas do protocolo. Os efeitos do suporte com ECMO na hemodinâmica e perfusão pulmonar foram avaliados em um protocolo de 10 etapas sequenciais que simularam diferentes cenários de distúrbio V/Q. Variáveis hemodinâmicas, respiratórias, laboratoriais e da TIE ao longo das etapas foram analisadas através de comparações entre as etapas de interesse utilizando um modelo misto com o animal como fator randômico. Resultados: Aqui, fomos capazes de criar 2 situações distintas de distúrbio V $Q através da intubação pulmonar seletiva com colapso pulmonar e através de lavagem pulmonar seriada com depleção de surfactante. A TIE foi capaz de detectar variações da ventilação e perfusão pulmonar em todas as etapas do estudo, mesmo com circulação do sangue através do circuito de ECMO. No cenário de ventilação pulmonar unilateral com atelectasia pulmonar esquerda, o início do suporte com ECMO proporcionou um aumento da PvO2 e shunt pulmonar, com redução na Pressão Média de Artéria Pulmonar (PAPm). Por outro lado, não houve alteração da perfusão pulmonar após início do suporte com ECMO. No cenário de lesão pulmonar após lavagem pulmonar seriada e depleção de surfactante, pudemos notar uma redução na ventilação pulmonar posterior, secundária ao colapso de zonas dependentes. O suporte com ECMO nesta situação promoveu um aumento na PvO2 em associação à uma redução na PAPm, sem alteração no shunt pulmonar. Assim como no cenário anterior, o suporte com ECMO não alterou a perfusão pulmonar. Conclusão: Nossos dados sugerem que o suporte com ECMO veno-venosa, com consequente aumento da PvO2, é capaz de induzir uma redução na PAPm sem promover variação da perfusão pulmonar em diferentes situações clínicas de distúrbio V/Q |