Identidade e territorialidade: os quilombos e a educação escolar no Vale do Ribeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Nascimento, Lisângela Kati do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-01122015-175909/
Resumo: A presente dissertação aborda o estudo da relação entre o ensino de geografia e a identidade cultural das comunidades remanescentes de quilombos, localizadas no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo. A partir da análise das propostas didáticas para o ensino de geografia, desenvolvido nas escolas públicas dos municípios de Eldorado e Iporanga (Ensino Fundamental II) e também na escola estadual localizada no quilombo de Ivaporunduva (Ensino Fundamental I), este trabalho buscou identificar elementos que contribuem (ou não) para a (re) construção da identidade cultural quilombola. A região do Vale do Ribeira concentra as maiores manchas contínuas remanescentes de Mata Atlântica do Brasil e, também, apresenta os piores indicadores sócio-econômicos do Estado de São Paulo. Nesse contexto, a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico se chocam. Dessa maneira, os projetos de construção de barragens para o rio Ribeira de Iguape ganham força interna e, com isso, grande parte das comunidades de quilombos, situada às margens do rio Ribeira, sofrem o risco de perder seus territórios. A identidade cultural das comunidades de quilombos no Brasil está relacionada com o território onde vivem. As comunidades do Vale do Ribeira, ameaçadas de expropriação territorial, lutam pelo direito à propriedade da terra (Artigo 68 da Constituição), forçando-os a se (re) pensarem como quilombolas em vários aspectos da vida social. E é nesse bojo, que a preocupação com uma escola que valorize sua identidade cultural adquire importância. A partir de entrevistas com lideranças quilombolas, professores e alunos, como também observação de aulas, pudemos constatar que, entre a escola que desejam e a que se apresenta no cotidiano há um longo caminho a ser trilhado. Ao pesquisar o papel do ensino de geografia identificamos importantes ações no sentido de valorizar o lugar de vivência do aluno. Encontramos ainda ações didáticas que reforçam a homogeneização, negando a pluralidade cultural existente na vida escolar.