Nos labirintos da participação: um estudo de caso de uma ONG do campo democrático participativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Freitas, Sara da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-22022010-173717/
Resumo: O objetivo deste trabalho é compreender as mudanças históricas ocorridas durante o período de redemocratização do Brasil, por meio da avaliação da expansão das organizações-não-governamentais (ONGs) no país. A partir da década de 90, dada a consolidação da democracia, notou-se uma explosão de criação de organizações não governamentais e um refluxo ou desaparecimento dos movimentos sociais. Utilizando-se uma ONG inserida no campo democrático participativo como modelo destas instituições, verificou-se o que estes atores, relativamente novos no cenário político e social, construíram e representam hoje na atual sociedade brasileira. Utilizando-se de entrevistas como principal artifício metodológico, observou-se claramente que esta ONG reproduz em sua organização, a mesma lógica hierárquica e divisão de classes da sociedade na qual está inserida. Verificou-se também a relação da entidade com o partido dos trabalhadores. Destaca-se principalmente a maneira subjetiva e pessoal com a qual a relação ONG/sociedade é instituída. A pessoalidade é algo muito forte nessa relação, no entanto, se avaliarmos historicamente as relações que pautam nossas origens enquanto Estado, forjado desde seu nascimento nas relações de personalismo, de afetos e de favorecimentos, então a relação ONG/Partido/Movimento social torna-se plausível dentro deste contexto. A explosão de surgimento de ONGs no final do século XX, pode ser caracterizada segundo Guattari(1987) como uma revolução molecular e em terras tupiniquins transformam-se naquilo que Oliveira(2003) descreveu como o ornitorrrinco. As ONGs são importantes agentes de prestação de serviços, e estes serviços, por sua vez, são importantíssimos para a consolidação do sistema capitalista firmando-se como mercadoria. Estas são as contradições e as ambigüidades que formam o Estado que somos hoje.